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Os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO) |
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Sunday, 22-Dec-2024 02:56:04 -03Alckmin e Perillo defendem reforma da Previdência para servidor público
MARIANA CARNEIRO
DE BRASÍLIA09/04/2017 13h44
Os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO) fizeram uma forte defesa da reforma da Previdência para servidores estaduais neste domingo (9).
Temendo resistência na Câmara dos Deputados e influência de grupos de servidores organizados contra a reforma, como professores e policiais, o governo federal decidiu retirar os funcionários estaduais da reforma que está sendo discutida no Congresso.
Para moderar a insatisfação gerada pela decisão, o presidente Michel Temer indicou que vai incluir no texto da reforma uma previsão para que os Estados tenham seis meses para aprovar reformas próprias, caso contrário entrarão nas mesmas regras federais.
Tanto Alckmin quanto Perillo defenderam que os servidores tenham um tratamento mais próximo ao do setor privado. Eles fizeram uma aparição ao vivo, direto do Palácio dos Bandeirantes, numa rede social na manhã deste domingo.
"Você tem uma Previdência pública que paga salários de R$ 30 mil, R$ 50 mil, uma coisa totalmente desequilibrada e financiada pelo trabalhador de baixa renda. Eu sempre defendi o regime geral de Previdência para todos, no setor privado e no setor público, federal, estadual e municipal, com as mesmas regras", disse Alckmin.
Perillo afirmou que, devido à crise dos Estados, teve que fazer cortes de cerca de R$ 3,5 bilhões nas despesas de Goiás. Também está tentando aprovar um teto para limitar a expansão do gasto público no futuro. Mas afirma que a reforma da Previdência é indispensável.
"Por mais esforço, se não fazemos a reforma da Previdência, não há nada que possamos fazer", disse.
A aposentadoria foi a principal fonte de aumento de gastos com pessoal nos Estados nos últimos anos.
Perillo disse que, em Goiás, as despesas com a Previdência dos servidores locais praticamente dobrou entre 2014 e 2017, de cerca de R$ 1 bilhão para R$ 1,950 bilhão.
"É uma coisa insustentável. Não é culpa nossa, dos governadores. Quem aprovou essas regras foi o Congresso Nacional lá atrás".
Nos bastidores, Perillo tenta mobilizar os governadores do Centro-Oeste, Norte e Nordeste para discutirem o assunto com o presidente Michel Temer. Na última semana, os governadores do bloco Brasil Central (Centro-Oeste mais Maranhão e Rondônia) acertaram que vão tentar uma reunião em conjunto com o presidente.
A ideia é que os servidores dos Estados sejam incluídos o quanto antes nas mudanças da Previdência. Caso prevaleça uma diferenciação entre as reformas dos Estados e da União, a proposta é de que os governadores adotem regras iguais às aprovadas no âmbito federal e de maneira coordenada, tão logo o governo aprove as novas regras no Congresso.
Preocupa os governadores, no entanto, a ausência de policiais e bombeiros no atual texto em discussão. O governo federal já disse que militares não serão alvo desta reforma.
Em Goiás, essas carreiras representam metade da folha de pagamentos de aposentadorias.
"Não dá pra gente pagar pagar R$ 30 mil, R$ 40 mil para quem se aposenta com 48 anos no serviço público", disse Perillo. "Hoje temos mais pessoas na inatividade recebendo altos salários do que trabalhando, é injusto".
PRIVATIZAÇÃO
Os governadores também fizeram declarações elogiando e estimulando privatizações nos Estados. Perillo, que recentemente privatizou a distribuidora de energia local Celg, afirmou que o consórcio vencedor se comprometeu em investir US$ 200 milhões na empresa, além do pagamento da outorga.
"É preciso acabar com esse estigma, com esse preconceito ideológico contra a privatização", disse.
Segundo ele, Goiás deverá investir R$ 3 bilhões nos próximos anos, em parte com os recursos obtidos com a venda da estatal.
Alckmin listou concessões recentes, como a de aeroportos e de rodovias no Estado, inclusive a Rodovia dos Calçados, que deve ser leiloada nos próximos dias, e a já conhecida tentativa de se vender o controle da Cesp (geradora de energia do Estado).
"A grande reforma do Estado é ele deixar de ser executor de tudo. Não há dinheiro para tudo", disse Alckmin.
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