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    Com incerteza sobre incentivo fiscal, Ambev desiste de fábrica no Rio

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    13/04/2017 17h24 - Atualizado às 17h43

    Rogério Assis/Folhapress
    Sistema de fabricação a partir de gotas de vidro em planta da Ambev no Rio de Janeiro (RJ)
    Sistema de fabricação a partir de gotas de vidro em planta da Ambev no Rio de Janeiro (RJ)

    A fabricante de bebidas Ambev informou nesta quinta (13) que desistiu da implantação de uma fábrica de garrafas e latas de alumínio no Rio, diante de incertezas sobre a obtenção de incentivo fiscal prometido pelo governo do estado.

    A proposta de incentivo foi enviada à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) no último dia 5, mas recebeu duras críticas da oposição.

    De acordo com lei aprovada no fim de 2016, qualquer novo incentivo precisa de aprovação dos deputados fluminenses.

    "A cervejaria Ambev informa que a incerteza em relação ao processo de aprovação de seu investimento em uma fábrica de alumínio no Rio de Janeiro, inclusive em função da manutenção da decisão judicial que impede a concessão de novos benefícios no Estado, torna imprevisível a implantação da referida fábrica", disse a empresa, em comunicado.

    "Diante desse cenário, o investimento no Rio torna-se inviável dentro do atual fluxo de planejamento da companhia."

    Em mensagem enviada à Alerj, o governador Luiz Fernando Pezão propôs a postergação do pagamento de ICMS da fábrica por um prazo de 20 anos, até o valor de R$ 650 milhões.

    Ele argumentou que a unidade geraria empregos e promoveria a concentração dos negócios da empresa no Rio, reduzindo a possibilidade de "futura evasão para outros estados".

    Segundo a companhia, seriam 1.000 postos de trabalho, incluindo a fase de construção da fábrica.

    O governador disse ainda que o Rio disputava o investimento com o México. Nesta quinta, porém, a Ambev afirmou que ainda não decidiu para onde levará o projeto.

    A concessão de benefícios em meio à crise financeira do estado é tema de uma CPI na Casa, processo aberto por iniciativa do PSOL. As oposição alega que os recursos dos benefícios poderiam estar sendo usados para pagar salários e faturas atrasadas de fornecedores.

    O governo, por sua vez, argumenta que não se trata de isenção fiscal e que não teria qualquer arrecadação com os investimentos beneficiados caso fossem deslocados para outras regiões.

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