• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 03:47:29 -03

    Governo quer usar reforma trabalhista como vitrine para a da Previdência

    DANIEL CARVALHO
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    16/04/2017 02h00

    O presidente Michel Temer quer utilizar a reforma trabalhista para sinalizar ao mercado financeiro que tem votos suficientes para aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria uma nova Previdência, matéria bem mais polêmica.

    A intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto, é votar o requerimento de urgência nesta semana para levar o texto da reforma trabalhista a plenário na semana seguinte.

    A estratégia ocorre em meio à preocupação de empresários e investidores de que o cronograma das reformas pode ser atrasado em razão dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

    Soma-se a isso a incerteza de que a reforma da Previdência será aprovada, mesmo após uma série de recuos do governo na proposta original após pressão da base aliada.

    Apesar de a reforma trabalhista necessitar apenas de maioria simples para ser aprovada na Câmara –ou seja, votos favoráveis da maioria dos deputados presentes–, já que é um projeto de lei, Temer quer fazê-la passar com placar de PEC, o que exige aprovação de 3/5 dos deputados, ou seja, 308 votos.

    Na quinta-feira (13), Temer telefonou para os líderes da base aliada para convidá-los para um café da manhã no Palácio da Alvorada, na terça-feira (18), quando o relator do texto, Rogério Marinho (PSDB-RN), fará uma exposição de seu parecer.

    O presidente irá reforçar a necessidade de fazer um aceno ao mercado e à sociedade e pedirá empenho para a aprovação da medida em regime de urgência.

    Líderes governistas dizem esperar a aprovação do texto com algo em torno de 340 votos. Temer e Maia estão atuando juntos para garantir quorum elevado.

    Com o café da manhã, o presidente da República quer garantir presenças suficientes para aprovar a urgência na terça-feira. Já o presidente da Câmara não vai autorizar viagens de deputados na semana que vem, quando quer levar o texto a plenário.

    A reforma dá mais poderes a acordos coletivos em relação a temas como férias, intervalo de descanso e jornada de trabalho, entre outros. Também prevê o fim da contribuição sindical obrigatória, ponto que tem o apoio até mesmo da oposição.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024