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    Previdência

    Cada centavo tirado faz falta na reforma da Previdência, diz ministro

    LAÍS ALEGRETTI
    MARINA DIAS
    JULIO WIZIACK
    DE BRASÍLIA

    16/04/2017 02h00

    Joel Rodrigues/FramePhoto/Folhapress
    (e/d) Michel Temer, Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira durante assinatura da MP do plano de proteção ao emprego, em Brasília (DF)
    Michel Temer, Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira em Brasília

    O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que "cada centavo" retirado da economia prevista com a reforma da Previdência fará falta para os cofres públicos.

    "Estamos dentro do que era mais ou menos previsto, mas é preciso entender que, nessa reforma, cada centavo que você tira, o impacto faz falta. É evidente que vamos continuar fazendo todas as contas para manter o máximo possível do que foi encaminhado", afirmou.

    Reforma da Previdência
    As mudanças propostas na aposentadoria

    Oliveira disse não há decisão tomada sobre medidas que compensem perdas com alterações na nova Previdência, mas ressaltou que "há alguns estudos sobre isso".

    Na semana passada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que as compensações em estudo seriam incluídas na própria emenda da Previdência e admitiu a discussão sobre o fim do abono salarial.

    Entre os pontos de flexibilização da reforma, está a extensão da transição para todas as idades (a proposta original prevê transição só para homens acima de 50 anos e mulheres acima de 45 anos) e a possibilidade de reduzir a idade mínima de aposentadoria para as mulheres.

    Nos últimos dias, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), anunciou que desistiu da ideia inicial de acabar com as isenções para entidades filantrópicas –o que poderia ajudar a recuperar receitas da Previdência. A ideia dele, agora, é manter as isenções para instituições já atendidas e proibir para as futuras.

    Ao defender que as alterações feitas até aqui estão "plenamente de acordo" com o esperado pelo governo, Oliveira sinalizou que ainda não foi esgotada a chamada gordura do texto original –itens que o Planalto envia ao Congresso, já contabilizando que serão cortados ou flexibilizados pelos parlamentares.

    "Você não pode achar que o governo vai mandar uma reforma dessa magnitude para o Congresso e pensar que vai passar 100%", disse.

    NOVIDADES

    Após reuniões com o relator da reforma da Previdência para discutir alterações ao texto original, o ministro não descarta a possibilidade de aparecerem novidades no parecer que será apresentado na terça-feira (18).

    "Só finaliza na hora em que o relator publica o relatório."

    Questionado se acreditava que ainda poderia acontecer uma mudança substancial no texto, ele afirmou que isso já aconteceu. "Já vi relatório mudar o que estava escrito 'sim' e virou 'não'. [...] Uma pequena mudancinha de redação."

    LAVA JATO

    Diante do impacto da divulgação das delações da Odebrecht, que atingem o presidente Michel Temer e seus dois principais articuladores políticos, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), Oliveira nega que a equipe econômica vá centralizar as negociações com o Congresso para aprovação das reformas.

    "Padilha e Moreira estão aptos a fazer esse trabalho, e o Congresso está totalmente em condições de continuar operando. Não vejo motivo para ser nada diferente. As investigações serão realizadas, os inquéritos serão concluídos, e a vida segue."

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