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    Indústria defende eliminação gradual da contribuição sindical

    MARIANA CARNEIRO
    DE BRASÍLIA

    18/04/2017 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Pato inflável da Fiesp, em 2015, na frente do Congresso
    Pato inflável da Fiesp, em 2015, na frente do Congresso

    O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, vai defender que a contribuição sindical seja eliminada de maneira gradual e que não vá a zero imediatamente.

    A intenção é dar tempo para que sindicatos, tanto os de trabalhadores quanto os patronais, se adaptem ao fim dessa fonte de recursos.

    Em 2016, a contribuição sindical obrigatória recolheu R$ 3,9 bilhões, dinheiro que irriga cerca de 11 mil sindicatos de trabalhadores e 5.000 patronais no país.

    No caso dos trabalhadores, a contribuição é cobrada em março e representa um dia de trabalho. Para as empresas, o recolhimento também é obrigatório, feito em janeiro e corresponde a um percentual sobre o capital social.

    Por iniciativa do relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), o tema entrou no texto que será apreciado na Câmara. Desde então, entidades patronais e de trabalhadores se movimentam para tentar demover a ideia.

    A reforma trabalhista, no entanto, recebeu o selo de "agenda positiva" do Palácio do Planalto e, como mostrou reportagem da Folha, sua aprovação rápida serviria para denotar a força que o governo ainda possui para votar a reforma da Previdência.

    Além disso, a ameaça sobre a contribuição abriu um canal de diálogo e negociação com as centrais sindicais, que até agora vinham prometendo forte resistência à reforma da Previdência.

    O posicionamento do presidente da CNI, se de um lado aponta para uma possível saída ao impasse sobre a contribuição, de outro tende a dividir o bloco dos insatisfeitos.

    A Fiesp (indústrias de São Paulo), pressionada por sindicatos patronais que estão na sua base, não fechou questão sobre o tema. Em encontro em Brasília, empresários que fazem parte da federação demonstraram insatisfação com o fim da contribuição.

    A CNC (Confederação Nacional do Comércio) tem encontro com o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, nesta terça (18). Sindicatos que fazem parte da CNC são contra a retirada da contribuição, assim como a central de trabalhadores.

    Embora entre no caixa de entidades empresariais, o imposto sindical não é a verba mais importante para o setor. As contribuições do Sistema S, cobradas sobre a folha de pagamentos e destinadas a Sesi, Senai, Senac etc., recolheram cerca de R$ 16 bilhões no ano passado.

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