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    Previdência

    Com recuos do governo, reforma da Previdência terá economia 20% menor

    GUSTAVO URIBE
    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    18/04/2017 13h44 - Atualizado às 14h41

    As flexibilizações realizadas pelo governo Michel Temer no texto original da reforma previdenciária diminuíram em cerca de 20% a previsão inicial do governo de economia com as mudanças nas aposentadorias.

    Segundo o relator da medida, Arthur Maia (PPS-BA), a expectativa de uma economia de cerca de R$ 800 bilhões no período de dez anos passou para uma previsão de R$ 630 bilhões.

    Para ele, as mudanças foram feitas para atender a base da pirâmide social. "A diferença de 20% foi um custo que assumimos por sugestão dos parlamentares. As mudanças tiveram como intenção atender os mais pobres, os menos favorecidos e os que mais precisam", disse.

    Segundo o relator, a Secretaria de Previdência informou que a mudança que gerou mais impacto foi a que estabeleceu um teto de dois salários mínimos para o acúmulo de pensão e aposentadoria. O texto original da equipe econômica proibia esse acúmulo.

    Ele explicou ainda que a estimativa de 20% foi feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em reunião na noite de segunda-feira (17), no Palácio do Planalto.

    A equipe econômica do governo avalia reservadamente que o texto de Maia não é o que eles haviam idealizado, mas que é aceitável.

    Um integrante da equipe disse à Folha que o impacto das últimas concessões ainda está sendo calculado.

    Apesar de considerar baixa a chance de alterações no Senado, este integrante avalia existir risco real.

    As alterações foram feitas diante da avaliação do governo de que o texto original não teria apoio suficiente dos parlamentares da base aliada para ser aprovado.

    Houve recuos, por exemplo, na idade mínima para mulheres, nas aposentadorias rurais e no benefício pago a pessoas pobres idosas ou com deficiência, o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

    O relatório, que será apresentado na quarta-feira (19) na comissão especial da Câmara, não incluirá mais dispositivo que estabelecia o aumento automático da idade mínima a cada vez que subisse a expectativa de sobrevida do brasileiro.

    Com esse mecanismo, a idade de 65 anos poderia chegar a 67 em 2060. Agora, o parecer vai estabelecer que uma lei irá definir como se dará o aumento da idade. Ou seja, isso só ocorrerá se o Congresso aprovar uma lei específica.

    O relator também vai alterar a regra de transição para o novo modelo de aposentadoria, que começava aos 45 anos (mulher) e 50 anos (homem) na proposta original, e tinha um pedágio de 50% sobre o tempo de contribuição restante para a aposentadoria.

    O parecer vai estabelecer que não haverá um corte de idade para se enquadrar na transição e que o pedágio será de 30%, conforme antecipou a Folha.

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