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    Governo licita R$ 12,7 bilhões em linhas de transmissão de energia

    DA REUTERS

    24/04/2017 18h26

    O leilão de concessões para a construção de novas linhas de transmissão de energia realizado pelo governo nesta segunda-feira (24) atraiu forte interesse de investidores, sinalizando uma melhoria no ambiente do setor.

    Houve propostas para 31 empreendimentos que deverão demandar R$ 12,7 bilhões em aportes das empresas vencedoras.

    A licitação teve a participação de 50 agentes, entre empresas isoladas e organizadas em consórcios, o que levou a diversas disputas acirradas e resultou em um significativo deságio médio de 36,47% em relação às receitas máximas oferecidas por cada projeto, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

    Em alguns lotes, os descontos –que significam custos menores para o consumidor no futuro, quando as linhas forem entregues– chegaram a quase 60%, confirmando expectativas otimistas do mercado e de autoridades às vésperas da licitação.

    Entre as empresas vencedoras destacaram-se grupos com capital estrangeiro, como a Cteep, controlada pela colombiana Isa; a Elektro, da espanhola Iberdrola; a EDP Brasil, do grupo português EDP Energias de Portugal; e a indiana Sterlite Power Grid, que estreou no país por meio da licitação.

    O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse a jornalistas após o leilão que o resultado mostra que há uma melhoria do ambiente de negócios no setor elétrico do Brasil.

    Ele ressaltou ainda que os bons deságios foram obtidos mesmo sem a participação de estatais, que no passado jogavam para baixo os preços nas licitações de linhas de transmissão.

    "Isso mostra o interesse da empresa privada em voltar a investir mais fortemente no Brasil", disse ele.

    Apesar do forte deságio, o governo não encontrou interessados para quatro dos 35 projetos leiloados.

    Se todos os 35 empreendimentos licitados tivessem sido arrematados, as linhas a serem construídas exigiriam cerca de R$ 13,1 bilhões.

    VENCEDORES

    A Cteep foi a vencedora do leilão em número de lotes, ao arrematar cinco empreendimentos, um deles em parceria com a Taesa, uma transmissora controlada pela mineira Cemig em conjunto com a Isa e o fundo Coliseu. Os projetos demandarão cerca de R$ 3,2 bilhões, segundo estimativa da Aneel.

    Também se destacou no pregão a distribuidora de energia Elektro, da espanhola Iberdrola, que ficou com quatro projetos e marcou seu avanço para o setor de transmissão com lances agressivos, que chegaram a representar deságio de mais 50%. As linhas arrematadas deverão exigir cerca de R$ 866,7 milhões.

    Já a EDP Energias do Brasil, do grupo português EDP Energias de Portugal, também arrematou quatro concessões, uma delas em parceria com a catarinense Celesc. Os lotes arrematados pela companhia somam R$ 3,7 bilhões em investimento previsto.

    Outro grupo que chamou atenção no leilão foi a transmissora indiana Sterlite Power, que em sua estreia no Brasil ficou com dois lotes, após apresentar propostas agressivas, uma delas com um deságio de 58,86%. Os projetos devem demandar cerca de R$ 560 milhões.

    A Energisa, que controla concessionárias de distribuição de energia, também expandiu os investimentos para a transmissão, arrematando dois lotes, com aportes totais estimados em R$ 625 milhões.

    A Equatorial Energia , que atua em distribuição e geração e estreou em transmissão em um leilão no ano passado, arrematou mais um lote, de R$ 671 milhões, apesar de ter participado de diversos embates no pregão.

    Também ficaram com apenas um lote cada a espanhola Cobra e a brasileira Alupar.

    A gestora de recursos Vinci levou um lote, com a Vinci Infra, e empresas menos conhecidas no setor elétrico também conseguiram ficar com empreendimentos, como a RC Administração e Participações, que ficou com dois lotes, a Arteon Z Energia, também com duas concessões, e o consórcio Cesbe-Fasttel, com um lote.

    Participaram ainda da licitação, embora sem sucesso nos embates, a italiana Enel, a francesa Engie, a CPFL, controlada pela chinesa State Grid, e a estatal paranaense Copel, entre outras.

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