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    Previdência

    análise

    Reação ao PSB será exemplo de como governo tratará dissidências

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    25/04/2017 02h00

    O PSB nasceu há 72 anos e foi um importante aliado dos governos do PT até 2013, quando rompeu com o partido de Luiz Inácio Lula da Silva na esteira da construção da candidatura presidencial de Eduardo Campos (PE), morto em acidente aéreo no ano seguinte em plena campanha para a sucessão de Dilma Rousseff.

    De aliado de pequena estatura, o PSB passou de 22 deputados eleitos em 2002, ano em que Lula ganhou a chave do Palácio do Planalto, para 35 deputados em 2010, sob Dilma, se tornando a sétima maior bancada da Casa.

    Hoje mantém a mesma posição no ranking. Trinta e cinco votos parecem pouco em um universo de 513 deputados, mas no atual cenário, de instabilidade na base de Temer e de votações de projetos polêmicos, pode significar muito.

    E mais do que os números, há o simbolismo.

    A reação à rebeldia do aliado que comanda o Ministério de Minas e Energia será exemplar do que o Palácio do Planalto fará com a dissidência que se espalha, em menor ou maior grau, em todas as legendas aliadas.

    Vai-se materializar o discurso de retaliação e mão firme contra infiéis, o que jogaria todos os 35 votos na oposição, ou, o mais provável, será buscado o caminho de tentar rachar a bancada em busca do máximo apoio possível?

    É bom lembrar que as alterações nas regras da Previdência, prioridade do governo, precisam do apoio de pelo menos 60% dos deputados (308 de 5013).

    As votações da semana passada de um simples requerimento para acelerar a reforma trabalhista, espécie de prévia da Previdência, deram uma mostra de como o governo tem agido até então. Mais no varejo, no voto a voto, do que no atacado.

    Na primeira votação, o Planalto perdeu, com traições em praticamente todas as legendas aliadas, a começar do próprio PMDB de Michel Temer —oito deputados.

    A maior defecção partiu exatamente do PSB, que marcou 19 votos a 12 contra o requerimento. O governo iniciou então uma pressão capitaneada por ministros e líderes partidários e, menos de 24 horas depois, conseguiu virar o voto de 24 deputados, incluindo 3 do PSB.

    Aprovou-se o que na véspera havia sido rejeitado. Uma vitória que, sem dúvida, sofre um abalo com a decisão do PSB desta segunda.

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