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    Uber quer lançar táxi aéreo até 2020; plano inclui parceria com Embraer

    LESLIE HOOK
    DO "FINANCIAL TIMES", EM SAN FRANCISCO

    25/04/2017 16h55

    Divulgação
    A future Uber Elevate networks facility is pictured in this handout illustration provided April 25, 2017. Uber/Handout via REUTERSTHIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTSFOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS ORG XMIT: TOR217
    Esboço do projeto da Uber para desenvolver táxi aéreo

    A Uber está olhando para o céu, e planeja testar táxis voadores, depois dos tropeços causados por uma série de problemas de gestão.

    O serviço de carros diz que até 2020 demonstrará veículos voadores em Dubai e na área de Dallas-Fort Worth, e que iniciará operações comerciais com eles até 2023. A empresa está formando parcerias com fabricantes de aviões, entre os quais a Embraer, para tornar a ideia realidade.

    "A aviação urbana é o próximo passo natural para a Uber", disse Jeff Holden, o vice-presidente de produtos da companhia. "Estamos trabalhando para tornar realidade o conceito de apertar um botão e chamar um voo."

    A apresentação do programa pela Uber, nesta terça-feira (25) em Dallas, representa uma distração oportuna para a companhia de transportes, avaliada em US$ 62,5 bilhões, cujos problemas de gestão resultaram na saída de diversos executivos importantes.

    Travis Kalanick, o presidente-executivo da Uber, prometeu mudar seu estilo de liderança e contratar um vice-presidente de operações, depois de reveses que incluem um processo sobre a tecnologia para veículos autônomos que a empresa está desenvolvendo e acusações de assédio sexual.

    Ao contrário do projeto de carros autônomos, no qual a Uber investiu centenas de milhões de dólares para desenvolver tecnologia dentro da companhia, no desenvolvimento de carros voadores a empresa pretende trabalhar em estreito contato com parceiros.

    As aeronaves, conhecidas como veículos de decolagem e pouso vertical, serão elétricas e não necessitarão de pistas. Diferentemente de um helicóptero, os veículos contarão com múltiplos rotores pequenos e asas fixas, o que os tornará mais silenciosos e eficientes.

    O serviço da Uber enfrentará concorrência dos serviços existentes de helicópteros, como o Blade, que opera por meio de apps e cujas corridas são mais caras do que as planejadas pelo novo empreendimento, mas que desfruta do benefício de um histórico estabelecido.

    Ainda que pilotos humanos devam ser empregados inicialmente para controlar os veículos planejados pela Uber, no futuro eles devem operar autonomamente, o que ajudará a reduzir o custo e equipará-lo ao de uma corrida no serviço UberX.

    Entre os parceiros da Uber estão a Embraer, do Brasil, terceira maior fabricante mundial de jatos de passageiros; a Aurora Flight Sciences, da Virgínia, fabricante de aeronaves de pilotagem remota (drones); e a Pipistrel, uma fabricante de aviões de pequeno porte na Eslovênia.

    Outros parceiros incluem a Mooney, uma fabricante texana de aviões leves, e a Bell Helicopter, que fabrica aeronaves militares, entre as quais o Osprey, um aparelho que decola e pousa verticalmente.

    CARRO VOADOR

    A Uber mencionou inicialmente suas ambições quanto a carros voadores em um estudo estratégico publicado em outubro que descrevia a Uber Elevate, um sistema de veículos elétricos com alcance de até 160 quilômetros e capazes de carregar múltiplos passageiros.

    Em fevereiro, a Uber contratou Mark Moore, veterano da Nasa, para comandar o programa. Ainda que a empresa tenha se envolvido em diversos conflitos com as autoridades regulatórias quanto aos seus programas terrestres, ela parece ter obtido licenças para testes iniciais de seu projeto aéreo em Dallas-Fort Worth e Dubai.

    A construção de quatro plataformas de pouso, ou "vertiportos", será iniciada no ano que vem na área de Dallas-Fort Worth.

    Desenvolver o sistema vai requerer cooperação estreita com empresas de imóveis e fabricantes de aviões. A empresa anunciou que seu papel seria servir como "cola" entre os parceiros e fornecer os passageiros para a rede de táxis voadores.

    A Rede de Estradas e Transportes de Dubai está bancando um estudo sobre a demanda por carros voadores em sua região, e a demonstração da Uber lá deve coincidir com a Exposição Mundial de 2020.

    Carros voadores são um sonho para o Vale do Silício há décadas, e os últimos 12 meses viram uma sucessão de investimentos na ideia. Os concorrentes incluem a Kitty Hawk, que tem apoio de Larry Page, cofundador do Google, e mostrou seu protótipo de um veículo voador pessoal esta semana.

    Holden disse acreditar que veículos voadores seriam mais baratos que manter a propriedade de um carro, em longo prazo. "É por isso que estamos tão otimistas, é por isso que a Uber está correndo nessa direção, em lugar de adotar uma abordagem lenta", ele disse. "Sabemos que isso vai acontecer, e queremos agir para aconteça o mais rápido possível".

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Edição impressa
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