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    'Home office' e casa dos avós ajudam pais de crianças com escola em greve

    FERNANDA MENA
    DE SÃO PAULO

    28/04/2017 02h00

    Empresas e escritórios que não aderiram à greve se viram compelidos a liberar o trabalho de casa, o chamado "home office", para seus funcionários durante a sexta-feira (28).

    Isso porque, além da previsão de paralisação dos meios de transporte públicos, a adesão de colégios à greve impactou diretamente o cotidiano das famílias, que terão de lidar com as crianças em casa em pleno dia útil.

    "Nossa missão é ser a melhor empresa possível para as mulheres trabalharem, portanto, a questão da flexibilidade é essencial. Por isso, orientamos todo mundo a fazer home office amanhã", explica Anna Coubassier, head de desenvolvimento da Zôdio, empresa francesa do grupo da Leroy Merlin. "Primeiro porque sabemos que muitas escolas vão fechar, e as crianças não teriam com quem ficar. Segundo pela questão do deslocamento. Não podemos expor nossos colaboradores a riscos e tumultos pela cidade."

    A paralisação é geral na rede pública de ensino. Nas escolas privadas, apesar de a Associação Brasileira das Escolas Particulares (Abepar) ter recomendado que a data fosse tratada como um dia letivo normal, a adesão de sindicados de docentes e professores anunciaram à greve levou colégios tradicionais de São Paulo, como Equipe, Palmares, Lourenço Castanho e Escola Viva, a suspenderem as aulas.

    A quem não foi dada a opção de trabalhar de casa, a solução foi criar algum arranjo emergencial ou recorrer aos avós —espécie de coringa na vida dos pais que trabalham fora.

    "O fórum onde trabalho vai abrir normalmente, e tenho atendimentos marcados há muito tempo, que fazem parte de processos judiciais. Consegui deixar meu filho com minha mãe. Só tenho os avós com quem contar", diz Ana Rita Leme, psicóloga do Tribunal de Justiça de São Paulo. "O problema é que, entre minha casa e a da minha mãe, há a avenida Paulista. Não sei se vou conseguir chegar até lá."

    "Em geral, nessas situações, temos três opções: home office, avós ou mães de amigos. Amanhã, como não poderei trabalhar de casa, recorremos aos avós", conta Alessandra Moreira Canholi, consultora de treinamento e desenvolvimento.

    Pegos de surpresa, muitos pais questionaram a decisão das escolas dos filhos.

    "A escola enviou comunicado aos pais sobre sua paralisação na sexta. Mas conseguimos reverter essa decisão junto à diretoria, e a escola vai funcionar, ainda que com quadro reduzido", explica a funcionária pública federal Cristina Lemos de Oliveira Rodrigues. "Se não fosse essa mudança, eu teria de pagar um Uber para trazer minha funcionária até minha casa para cuidar da minha filha."

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