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    Formalidade no trabalho cai ao menor nível desde 2012

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    29/04/2017 02h00

    O número de trabalhadores com carteira assinada no país atingiu o menor nível desde 2012. A quantidade de empregados sem carteira no setor privado, por sua vez, vem registrando crescimento, em um sinal de que os empresários têm optado pela abertura de vagas informais.

    Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), divulgada nesta sexta (28), que trouxe novo recorde na taxa de desemprego no país: 13,7%.

    Isso significa que 14,2 milhões de brasileiros estavam em busca de trabalho no primeiro trimestre, 3,1 milhões a mais do que no mesmo período do ano passado, quando a taxa estava em 10,9%.

    A população ocupada continuou em queda, chegando a 88,9 milhões de pessoas —também a menor desde 2012. O número representa uma redução de 1,2%, ou 1,7 milhão de pessoas, com relação ao mesmo período do ano anterior.

    Grande parte desse movimento se deu entre os trabalhadores com carteira assinada, grupo que perdeu 1,2 milhão de pessoas desde o primeiro trimestre de 2016.

    Isto é, o fechamento de vagas formais no setor privado foi responsável por 70% da queda na população ocupada no período, disse o coordenador de Trabalho e Rendimentos do IBGE, Cimar Azeredo.

    "É um movimento muito desfavorável para o trabalhador, pois a carteira de trabalho é instrumento de proteção social", disse. "É também um passaporte para o crédito."

    No primeiro trimestre de 2017, 33,4 milhões de brasileiros tinham carteira assinada. Em 2012, quando a pesquisa foi iniciada, eram 33,5 milhões —chegou a 36,4 milhões em 2014, maior número para o primeiro trimestre.

    Por outro lado, o IBGE detectou um aumento de 461 mil pessoas no número de empregados sem carteira no setor privado desde o primeiro trimestre de 2016.

    Foi a primeira vez que esse contingente cresceu na comparação anual entre primeiros trimestres desde 2012. Em 2017, 10,2 milhões de pessoas estão nessa condição.

    É um movimento que já vinha mostrando sinais no segundo semestre de 2016 e pode representar, segundo especialistas, o início de um processo de retomada nas contratações.

    RENDIMENTO

    Na média, o rendimento real do trabalhador brasileiro ficou estável no primeiro trimestre, em R$ 2.110.

    O número é 2,5% superior ao registrado no mesmo período de 2016 —alta puxada, principalmente, pelo aumento nos ganhos do trabalhador do setor privado sem carteira, que subiu 7,7%, e dos empregados no setor público (4%).

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