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    Previdência

    Captação de fundos aumenta em meio a debate sobre reforma da Previdência

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    08/05/2017 02h00

    As discussões sobre a reforma da Previdência levaram investidores a aplicar mais dinheiro em fundos de previdência complementar no primeiro trimestre do ano, mas ainda não parecem ter provocado uma corrida para entrada de novos participantes.

    Segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que reúne 68 entidades de previdência privada aberta, os fundos captaram no primeiro trimestre R$ 12,6 bilhões, descontados os resgates de aplicações. O crescimento em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi de 55%.

    O volume de aplicações cresceu 30% na comparação com o primeiro trimestre de 2016, enquanto os resgates cresceram 14% no período.

    Mas esse crescimento das aplicações não foi provocado por uma corrida de investidores interessados em começar a poupar para a aposentadoria, afirma o presidente da Fenaprevi, Edson Franco.

    "Não houve uma mudança significativa no patamar de novos entrantes, até porque o desemprego elevado causou uma desaceleração de novos participantes", diz.

    Os planos de previdência privada aberta ganharam no ano passado 558 mil novos clientes, segundo a Fenaprevi. Em 2015, os novos participantes somaram 1,2 milhão. Ou seja, os fundos continuaram atraindo investidores em meio à recessão na economia, mas num ritmo mais lento.

    Como reflexo da crise econômica e do desemprego, os planos empresariais perderam 66 mil participantes em 2016, enquanto os individuais ganharam 624 mil participantes. De 2014 para 2015, houve aumento em ambos.

    Se não ocorreu uma corrida aos fundos de previdência, houve conscientização maior de que, para manter o padrão de vida na velhice, será necessário um maior esforço de poupança, diz Franco.

    "Notamos um aumento da intenção de formação de poupança e das contribuições, e uma redução do nível percentual de resgate", ele afirma.

    "Quando as pessoas percebem que as regras estão mudando, independente do desfecho que a reforma tiver, há uma questão a ser resolvida no longo prazo", diz. "Elas se dão conta de que precisam intensificar o processo de acumulação de longo prazo."

    RETOMADA

    Para este ano, a perspectiva da Fenaprevi é de desempenho semelhante ao do ano passado, com aumentos das aplicações e resgates moderados. "Obviamente, todos esperamos um segundo semestre de retomada do país", afirma Franco. "Quero crer que isso vai favorecer todos os setores da economia, incluindo seguros e previdência."

    Essa melhora deve ser impulsionada pela queda nas taxas de juros no país, o que, na avaliação do executivo, contribuirá para atrair investimentos e favorecer a redistribuição de renda no país.

    "É importante que a retomada seja sustentável e traga novos participantes ao nosso sistema, à medida que as pessoas recuperam a confiança no país e se recompõem financeiramente", diz.

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