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    Bolsa sobe 1% e dólar cai após governo endurecer debate sobre Previdência

    DE SÃO PAULO

    09/05/2017 17h37

    O endurecimento da posição do governo na reforma da Previdência injetou otimismo na Bolsa brasileira, que subiu mais de 1% nesta terça-feira (9). O dólar também espelhou a diminuição da percepção de risco e recuou para R$ 3,18, na contramão da valorização da moeda americana no exterior.

    O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas na Bolsa brasileira, subiu 1,15%, para 66.277 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,5 bilhões, abaixo da média diária do ano, que é de R$ 8,05 bilhões.

    Segundo analistas, os investidores encararam positivamente a sinalização do governo de que não fará mais concessões para aprovar a reforma da Previdência. No lugar disso, o Planalto pretende liberar verbas para parlamentares e redistribuir cargos, substituindo deputados de partidos que votaram contra a proposta.

    "Eu acho que o governo não tem os votos necessários para passar a reforma e vai ter que trabalhar para conseguir esse apoio. Mas é positivo que direcione os esforços no sentido de pressionar para conseguir mais votos, em vez de fazer mais concessões no processo", diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho no Brasil.

    "Fazer mais concessões pode descaracterizar completamente a proposta. Se o governo fizer concessões para algumas categorias, pode ter que fazer para outras, diminuindo a economia que teria", complementa.

    A Bolsa também se beneficiou da valorização do minério de ferro no exterior, após cinco sessões seguidas de queda. Nesta terça, os preços da commodity subiram 1%. As ações da mineradora Vale reagiram e fecharam em alta. Os papéis mais negociados da empresa avançaram 2,26%, para R$ 25,30. As ações que dão direito a voto tiveram alta de 1,81%, para R$ 26,50.

    As ações da Petrobras conseguiram fechar o dia em alta, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior, em meio a preocupações com a demanda e com o aumento da produção nos Estados Unidos. Os papéis mais negociados da estatal subiram 0,43%, para R$ 14,14. As ações com direito a voto avançaram 1,09%, para R$ 14,88.

    No setor financeiro, os papéis de bancos também fecharam o dia em alta. As ações do Itaú Unibanco subiram 0,26%, os papéis preferenciais do Bradesco se valorizaram 0,88% e os ordinários, 0,41'%. As ações do Banco do Brasil tiveram valorização de 0,37%, e as units —conjunto de ações— do Santander Brasil registraram alta de 0,44%.

    DÓLAR

    No mercado cambial, o dólar perdeu força em relação ao real, na contramão da valorização da divisa americana no exterior. O dólar comercial caiu 0,37%, para R$ 3,185. O dólar à vista teve queda de 0,57%, também a R$ 3,185.

    No exterior, a moeda americana se valorizou em relação a 18 das 24 principais divisas emergentes. "A perspectiva de aprovação da reforma alimenta apostas de que o Banco Central seja mais agressivo no corte de juros na reunião deste mês", afirma Rostagno, do Mizuho no Brasil.

    "Com a inflação arrefecendo e o cenário macroeconômico melhorando, o Banco Central pode preparar terreno para um crescimento econômico sustentado", complementa. A avaliação do mercado sobre o corte varia de 100 pontos-base a 125 pontos-base, o que reduziria a Selic para 10,25% ou 10% ao ano.

    O Banco Central não fez intervenção no mercado cambial. Em junho, vencem US$ 4,435 bilhões de contratos de swap cambial tradicional (equivalente à venda de dólares no mercado futuro).

    Folhainvest

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