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    Câmara conclui aprovação de projeto de socorro aos Estados

    RANIER BRAGON
    MARIANA CARNEIRO
    DE BRASÍLIA

    10/05/2017 19h52 - Atualizado às 21h28

    O plenário da Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (10) a votação do projeto de socorro aos Estados em calamidade financeira. A medida segue, agora, para análise do Senado.

    O texto-base havia sido aprovado no dia 18 de abril, mas restava a análise dos chamados "destaques" –propostas de alteração da medida.

    Devido à resistência da oposição, contrária às contrapartidas exigidas dos Estados pelo governo, a votação do projeto vinha sendo adiada há meses. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) foi novamente à Câmara, nesta quarta, acompanhar a votação. O Rio é o primeiro da fila de interessados no socorro.

    O programa de socorro permite que Estados em calamidade financeira deixem de pagar a dívida com a União e com os bancos estatais por três anos. Mas, como contrapartida, eles têm que entregar um rigoroso ajuste fiscal, que prevê privatização de estatais estaduais e congelamento de salários de servidores.

    Apesar da aprovação, o governo sofreu uma derrota com a derrubada do aumento da contribuição previdenciária dos servidores, de 11% para no mínimo 14%, como condição para a ajuda aos Estados em calamidade financeira.

    O governo pretende restabelecer essa medida no Senado.

    Na votação desta quarta foram aprovadas duas alterações, uma que preserva recursos típicos do Poder Judiciário, como verba de cartórios, e outra que permite a inclusão de outras dívidas estaduais e municipais na renegociação com o governo federal.

    A mudança beneficia principalmente Goiás e a cidade de São Paulo. A capital tem R$ 1,2 bilhão em dívidas que se enquadram na emenda aprovada e que deverão ser renegociadas em condições mais favoráveis do que as atuais.

    DERROTA

    Apesar da aprovação, o governo sofreu uma derrota com a derrubada, há algumas semanas, do aumento da contribuição previdenciária dos servidores, de 11% para no mínimo 14%, como condição para a ajuda aos Estados em calamidade financeira.

    O governo pretende restabelecer essa medida no Senado. Se não conseguir, pode não fechar o acordo com os Estados após a sanção da lei.

    Na votação desta quarta foram aprovadas duas alterações, uma que preserva recursos típicos do Poder Judiciário, como verba de cartórios, e outra que permite a inclusão de outras dívidas estaduais e municipais na renegociação com o governo federal.

    A mudança beneficia principalmente Goiás e a cidade de São Paulo. A capital tem R$ 1,2 bilhão em dívidas que se enquadram na emenda e que deverão ser renegociadas em condições mais favoráveis do que as atuais.

    Pelo texto original, só as dívidas de 1997 e as contraídas com determinadas linhas do BNDES, como a de investimentos feitos para a Copa, tinham sido contempladas. Com a alteração, dívidas de 1993, dos Estados com o FGTS, também podem ser refinanciadas com prazo maior.

    Após o resultado, o governador do Rio afirmou que a proposta deve ser votada e aprovada pelo Senado já na próxima terça-feira (16).

    Segundo ele, o presidente Michel Temer ligou para o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), solicitando urgência para o tema.

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    Socorro aos Estados

    Saiba quais são as contrapartidas exigidas pela Câmara

    PRIVATIZAÇÃO

    Proposta original

    Empresas estaduais de energia, saneamento e bancos poderiam ser privatizadas

    O que a Câmara aprovou

    Outros ativos podem ser privatizados, e imóveis poderão ser entregues à União

    *

    SERVIDORES

    Proposta original

    Estados não podem conceder benefícios a servidores durante a vigência do programa

    O que a Câmara aprovou

    Podem conceder se aprovarem leis de responsabilidade fiscal limitando as despesas

    *

    INCENTIVOS FISCAIS

    Proposta original

    Exigência de redução de 20% nos incentivos fiscais já concedidos a empresas

    O que a Câmara aprovou

    Redução de só 10%

    *

    CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

    Proposta original

    Alta de 11% para ao menos 14% na contribuição previdenciária de servidores

    O que a Câmara aprovou

    Foi mantida em 11%

    *

    JUDICIÁRIO

    Proposta original

    Fundos típicos do Judiciário vão para o Executivo se excederem as despesas do Poder

    O que a Câmara aprovou

    Excedente de caixa será gerido pelo Judiciário

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