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    Economistas rebatem Temer e dizem que fracasso da reforma seria desastre

    FLAVIA LIMA
    DE SÃO PAULO

    12/05/2017 11h22

    A depender de representantes de fundos de investimento e bancos estrangeiros, a perspectiva para o Brasil é positiva, mas condicionada à aprovação de reformas, como a da Previdência, sem a qual ocorreria um desastre.

    Eles participaram do painel "A Visão de Wall Street sobre o Brasil", promovido pela Câmara de comércio americana.

    "As reformas já estão precificadas pelo mercado e, se não acontecerem, vai ser um desastre. O governo tem consciência disso", disse Matheus Villares, diretor da Temasek, fundo de investimento de Cingapura com investimentos no Brasil.

    A afirmação contraria o presidente Michel Temer que, em entrevista à TV Bandeirantes na quinta-feira (11), chegou a dizer que a não aprovação da reforma da Previdência não seria um desastre definitivo, pois o governo contaria com outros meios.

    A palavra "desastre" foi usada no evento outras vezes. Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, contestou diretamente as declarações de Temer ao dizer que desastre seria a alternativa à não aprovação da reforma —o aumento de impostos. "Aí sim seria um desastre".

    José Berenguer, CEO do J.P. Morgan no Brasil —a quinta operação maior do banco no mundo–, se afastou das questões de política econômica e optou por falar de oportunidades de investimentos no Brasil. Ele se disse otimista com alguns setores, como infraestrutura, consumo, que deve se recuperar nos próximos dois anos, além de seguros e bancos.

    Berenguer vê também progressos importantes em logística, com os leilões atualmente feitos a preços de mercado. "Acabou o medo de oferecer retorno ao investidor". Segundo ele, as oportunidades existem, mas dependem de destravar os processos de concessões e de PPPs (parcerias público-privadas).

    Questionado sobre possíveis efeitos da política econômica de Donald Trump sobre o Brasil, Berenguer afirmou que é preciso olhar para dentro. "Vamos arrumar a nossa economia que os recursos virão".

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