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    Previdência

    Para apoiar reformas, grupo de Renan quer redução no Imposto de Renda

    TALITA FERNANDES
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    17/05/2017 02h00

    Um grupo de senadores do PMDB próximos a Renan Calheiros (AL), líder do partido no Senado, sugeriu ao presidente Michel Temer o lançamento de um "pacote de bondades" como contrapartida ao apoio às reformas trabalhista e previdenciária.

    A sugestão foi levada a Temer na semana passada, em um jantar no Palácio do Jaburu. O movimento é conduzido pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que atua como principal interlocutor entre Renan e o governo.

    Entre as medidas sugeridas está a isenção do Imposto de Renda para ganhos de até cinco vezes o salário mínimo e aumento da oferta de microcrédito por bancos públicos.

    REFORMA DA PREVIDÊNCIA
    As mudanças propostas na aposentadoria

    Temer, segundo pessoas próximas, está disposto a dialogar sobre o assunto com Renan e a até mesmo adotar pontos da "Agenda Brasil", desde que eles não gerem gastos que ameacem a política de ajuste fiscal. A ideia do Planalto é submeter as reivindicações à equipe econômica para avaliar o impacto fiscal.

    A oferta de microcrédito é um tema que já está em análise pela gestão Temer e é avaliada como possível de ser adotada. Já o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda apresenta maior resistência. O discurso no Planalto é que não há espaço para despesas ou perdas de receita como a sugerida pelos peemedebistas.

    A correção da tabela está em análise desde fevereiro pela Fazenda, a pedido da Casa Civil. Hoje, escapa do IR quem ganha até R$ 1.903,98. A equipe política tem defendido que a faixa de isenção chegue a ao menos R$ 3.000. A proposta do grupo de Renan elevaria a faixa para R$ 4.685.

    IMPOSTO SINDICAL

    Numa tentativa de garantir a aprovação da reforma trabalhista até o início do próximo mês, Temer recebeu nesta terça-feira (16) a bancada do PSDB no Senado.

    Os tucanos defenderam mudanças pontuais na reforma trabalhista, mas a manutenção da contribuição sindical optativa, conforme texto aprovado na Câmara.

    A ideia é que as alterações sejam feitas por meio de uma medida provisória preparada pelo presidente com salvaguardas aos trabalhadores. "A nossa intenção é não fazer modificações no texto que veio da Câmara, para que não tenha a necessidade de seu retorno, mas apresentarmos, na justificativa, sugestões pontuais de modificações", disse o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.

    O relator da proposta nas comissões de Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais do Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), citou entre as alterações a melhor regulamentação da jornada intermitente, o fim da proibição de gestantes e lactantes trabalharem em locais insalubres e o fim do intervalo de 15 minutos para as mulheres antes de começarem hora extra.

    Ele também antecipou que manterá nos seus relatórios a contribuição sindical optativa e disse que Temer demonstrou ser favorável a essa posição.

    A expectativa é que a proposta vá a plenário no início de junho.

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