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    JBS diz que comprou dólares como política de 'proteção'; CVM investiga

    DE SÃO PAULO

    19/05/2017 16h30 - Atualizado às 20h02

    Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
    JBS diz que comprou dólares como política de 'proteção financeira"
    JBS diz que comprou dólares como política de 'proteção financeira"

    A JBS afirmou nesta sexta-feira (19) que as compras de dólares realizadas nos últimos dias tiveram como objetivo minimizar os riscos cambiais e de commodities provenientes da dívida da empresa, dos recebíveis que possui em dólar e de suas operações. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investiga a atuação da companhia no mercado de capitais.

    O comunicado foi divulgado após surgirem informações de que a empresa teria comprado dólares antes da divulgação da delação do empresário Joesley Batista, presidente da JBS, lucrando com a valorização da moeda americana no dia seguinte —o dólar disparou 8%.

    Em nota, a empresa afirmou que "gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities".

    "Tendo em vista a natureza de suas operações, a JBS tem como politica e prática a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais e de commodities provenientes de sua dívida, recebíveis em dólar e de suas operações", diz no comunicado.

    Na nota, a JBS cita como a variação do dólar entre 31 de março e 18 de maio -a moeda passou de R$ 3,16 para R$ 3,40- impactaria suas operações, provocando um prejuízo superior a R$ 1 bilhão.

    "Reiteramos assim que as movimentações realizadas pela Companhia nos últimos dias seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira", ressalta

    CVM

    Na noite desta sexta-feira, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) soltou comunicado informando que investiga a JBS por operações com dólar e ações. São cinco os processos instaurados.

    No primeiro, aberto na quinta-feira, a CVM pediu esclarecimentos sobre "notícias e especulações envolvendo delação de acionistas controladores da JBS".

    Os outros quatro processos foram abertos nesta sexta-feira. Em um deles, a autarquia apura indícios de insider trading ao Ministério Público Federal, detectados em "operações realizadas no mercado de dólar futuro e em negócios com ações de emissão da JBS realizados no mercado à vista".

    Outro processo analisa a atuação da empresa no mercado de dólar futuro. O terceiro apura a atuação do Banco Original, controlada pela J&F Participações Ltda., no mercado de derivativos. E o quarto analisa negociações do acionista controlador da JBS S.A. (a FB Participações S.A.) com ações de emissão da companhia.

    A autarquia indicou ainda que monitora impactos das ações da JBS na indústria de fundos, pela exposição a ativos afetados pelas movimentações de mercado.

    Além disso, ressaltou que pode haver outras apurações, investigações e processos envolvendo a empresa tramitando em sigilo.

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