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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Segmento de roupas infantis cresce junto com as crianças

    JUSSARA SOARES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/05/2017 02h00

    Keiny Andrade/Folhapress
    Sao Paulo - 15.05.2017 - ESPECIAL MPME MODA - Ambiente da loja da marca Mini US, dos socios Tico Sahyoun e Luciana Arcangel. A marca faz sucesso entre celebridades com roupa descolada para criança. Foto: KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
    Interior da loja Mini Us, no bairro de Moema, que teve crescimento de 11%

    A moda infantil tem conseguido driblar a crise. A produção do setor, composto essencialmente por pequenas empresas, cresceu 6% em 2016, segundo dados da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário). No mesmo período, confecções para adultos tiveram queda de 9,8%.

    Se antes a compra da roupa era uma decisão apenas dos pais, atualmente ela tem participação direta dos filhos.

    "Mesmo crianças de 3 anos têm informação de moda, seja pela TV, tablet e o que elas veem no amigo, e influenciam na compra", diz Laura Nóbrega, coordenadora do curso de Moda da FMU/Fiam Faam.

    Diante da mudança de comportamento, a marca Green by Missako, há 30 anos no mercado, viu que era preciso se reposicionar para atender pais jovens e filhos que sabem muito bem o que querem. Mudou tecidos, modelagens e até a arquitetura das lojas, além de investir no e-commerce e na comunicação por redes sociais.

    O movimento deu certo. No ano passado, a empresa cresceu 18%. Para 2017, a expectativa é aumentar o faturamento em 35% e abrir seis novas lojas. Atualmente, são 30, entre unidades próprias e franqueadas, além de uma fábrica localizada na zona leste de São Paulo.

    "Antigamente, roupa infantil não era perecível. Se não vendia em um ano, vendia no outro. Não trabalhamos assim, é preciso acompanhar a evolução da moda", ensina a empresária Márcia Missako Oura, pediatra que trocou a medicina pelo universo da moda.

    Outra empresa que segue espichando tão rápido quanto seus clientes é a Mini US, com duas lojas em São Paulo. Fundada há três anos por Tico Sahyon e Lu Arcangeli, a marca cresceu 11% em 2016.

    No dia 28 de maio, chega às vitrines a coleção de 11 peças assinada por Lucas Jagger, 18, filho do "rolling stone" Mick Jagger e da apresentadora Luciana Gimenez. Eventos com grafiteiros, skatistas e bandas também ajudam a marca a se posicionar.

    Atualmente, as lojas atendem crianças de 2 a 14 anos, mas a partir de fevereiro de 2018 a Mini US se focará na faixa de 2 a 10 anos, enquanto uma nova marca -com nome ainda não divulgado- atenderá o público teen.

    "Não havia marcas criadas especificamente para crianças, a maioria era derivada das grifes para adultos. E, mesmo as que não tinham linha kids, hoje começam a dar mais atenção", observa Sahyon, com experiência no mercado feminino e masculino, como criador das marcas Bobstore e LosDos.

    A linha infantil da carioca Reserva nasceu sem um planejamento, em 2011. Em uma edição especial do Dia dos Pais, o pedido foi muito maior do que a capacidade de venda sazonal. A empresa, então, resolveu investir mais.

    Em 2014, a Reserva Mini passou a ser uma unidade de negócio à parte, com lojas próprias. Em 2016, a área infantil faturou R$ 40 milhões -15% do total do grupo.

    Para o consultor do Sebrae-SP Bruno Zamith de Souza, ainda há espaço para investir no setor de moda infantil. No entanto, é importante escolher um nicho específico.

    Souza cita como exemplos empresas focadas apenas na produção de calças e outras que se especializam em uma faixa etária restrita. "Isso é essencial para fazer coleções certeiras, sem desperdício".

    *

    SUPERDOTADO
    Mercado voltado para bebês é o que mais se desenvolve

    6%
    foi o crescimento do setor de vestuário infantil em 2016 na comparação com o ano anterior

    25 cm
    é quanto uma criança cresce, em média, em seu primeiro ano de vida

    0 a 3
    é a faixa etária que apresenta melhores resultados no setor de moda infantil, de acordo com a Abravest (Associação Brasileira do Vestuário)

    9,8%
    foi a queda das vendas no setor de vestuário adulto em 2016

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