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    Na China, escolas fazem prova com pais para selecionar alunos

    DO "FINANCIAL TIMES"

    21/05/2017 02h00

    Huang Xiaobang - 18.jan.15/Xinhua
    (150530) -- NANNING, May 30, 2015 (Xinhua) -- Photo taken on Jan. 28, 2015 shows primary school students studying in a classroom at Nongyong Village of Bansheng Township in Dahua Yao Autonomous County, south China's Guangxi Zhuang Autonomous Region. Two Yao autonomous counties, named as Dahua and Du'an, are poverty-stricken mountainous areas, as children in the primary schools here study hard to fight their way to a promising future. (Xinhua/Huang Xiaobang) (zhs)
    Alunos em escola primária na China; seleção em colégios particulares vira polêmica

    Uma polêmica envolvendo o ultracompetitivo sistema educacional chinês tomou conta do país asiático, depois que escolas particulares em Xangai decidiram fazer provas não apenas com os alunos, mas também com os pais e os avós na hora de selecionar os novos estudantes.

    Um dos efeitos do crescimento da economia chinesa é que muitos pais decidiram colocar seus filhos em escolas particulares. Mas, apesar do aumento da demanda, o número de escolas caiu, criando essa situação, em que elas adotaram métodos radicais para garantir que só os melhores consigam ingressar.

    Perplexos, vários pais desabafaram nas redes sociais na semana passada, depois de terem sido obrigados a fazer testes de QI antes das entrevistas em duas escolas primárias de Xangai.

    Eles também tiveram que completar questionários detalhando o seu próprio passado educacional e profissional, assim como o dos avós dos estudantes.

    "Somente com pais deuses e avós deuses = escola de primeira linha", escreveu um pai no Weibo, o equivalente chinês ao Twitter.

    No dia seguinte, autoridades de Xangai anunciaram que as escolas tiveram reduzido o número de alunos que vão poder ingressar no próximo ano, como uma forma de punição pelos métodos de admissão adotados.

    Para Wang Rong, diretora de um instituto estatal que assessorou o governo na introdução em 2006 da escola obrigatória nos primeiros nove anos, essa política consolidou as divisões, em vez de aumentar a mobilidade social –como era desejado.

    "À medida que a desigualdade de renda aumenta na China, mais pais de classe média alta estão optando por abandonar o sistema educacional público", disse.

    "Ao mesmo tempo, grupos desfavorecidos recebem uma educação de pior qualidade, tornando mais difícil as mudanças de classe social."

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