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    Governo desbloqueia R$ 3,1 bi do Orçamento de 2017

    MAELI PRADO
    JULIO WIZIACK
    MARIANA CARNEIRO
    DE BRASÍLIA

    22/05/2017 18h00

    Alan Marques - 22.dez.2016/Folhapress
    Presidente Michel Temer entre os ministros Henrique Meirelles (esq.) e Dyogo Oliveira (dir.)
    Presidente Michel Temer entre os ministros Henrique Meirelles (esq.) e Dyogo Oliveira (dir.)

    O Ministério do Planejamento, que a cada dois meses atualiza a programação orçamentária do governo, informou nesta segunda-feira (22) que serão descontingenciados, ou liberados, R$ 3,1 bilhões do Orçamento de 2017.

    Em março, quando apresentou o primeiro relatório de receitas e despesas do ano, o governo anunciou bloqueio de R$ 42,1 bilhões do Orçamento e reoneração da folha de pagamento de 50 setores para cumprir a meta de chegar ao fim de 2017 com um deficit primário de R$ 139 bilhões.

    O contingenciamento anunciado há dois meses foi R$ 10 bilhões acima do pretendido pelo governo, que adiou o anúncio do bloqueio para poder contabilizar o máximo de receita possível.

    Por isso, a equipe econômica trabalhava para descontingenciar um valor maior do que o anunciado nesta segunda do Orçamento, de cerca de R$ 9,5 bilhões. Com a crise política, entretanto, não foi possível concluir a tempo algumas negociações que permitiriam contar com mais receitas adicionais.

    ARRECADAÇÃO MENOR, DESPESAS MAIORES

    A pasta informou, em seu relatório divulgado nesta segunda, que a arrecadação administrada pela Receita Federal será R$ 8,3 bilhões menor do que a prevista há dois meses.

    Isso porque a medida provisória que cria o novo Refis, o Programa de Regularização Tributária, foi alterada no Congresso, passando a permitir desconto no pagamento de multa e juros às empresas que aderirem.

    Essas alterações no que era previsto originalmente pela Receita Federal reduziu a arrecadação programada em cerca de R$ 6 bilhões.

    Além disso, com a recuperação lenta da economia, a arrecadação geral está vindo, mês a mês, mais fraca do que esperado a princípio.

    Em abril, segundo dados antecipados pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV, a arrecadação da Receita Federal teve queda real (descontada a inflação) de 1,4% na comparação com o mesmo mês de 2016.

    Além disso, as chamadas despesas obrigatórias, que precisam ser executadas pelo governo, aumentaram em R$ 3,7 bilhões em relação ao último relatório.

    MEDIDAS PROVISÓRIAS

    Esse cenário foi compensado por um aumento previsto para a arrecadação previdenciária, de R$ 3,8 bilhões em relação ao último relatório, e também por medidas provisórias assinadas na última sexta-feira pelo presidente Michel Temer que permitiram elevar receitas.

    As medidas autorizam antecipações de outorgas já licitadas de aeroportos e a realização de um novo Refis, voltado para o parcelamento de dívidas com agências reguladoras, autarquias e fundações.

    Com isso, as receitas do governo com concessões e permissões passou a ser R$ 7 bilhões maior do que há dois meses.

    Aumentou também, em R$ 1,9 bilhão, a previsão do Planejamento da receita com royalties de petróleo, e a rubrica "demais receitas", que passou a ser R$ 3,4 bilhões maior.

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