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    CVM abre investigação sobre sócios da JBS sediados em paraísos fiscais

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    23/05/2017 21h42 - Atualizado às 12h11

    Rodrigo Fonseca - 21.mar.2017/AFP
    Planta da JBS-Friboi
    Planta da JBS-Friboi

    A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) anunciou nesta terça (23) a abertura de dois novos processos para investigar a JBS. Um deles vai apurar quem são os controladores da Blessed Holdings, que tem uma participação minoritária na empresa controlada pelos irmãos Batista.

    Com os dois novos processos, já são sete os procedimentos abertos para investigar a JBS desde a divulgação da delação premiada dos controladores da empresa, na semana passada.

    Na sexta (19), foram abertos os cinco primeiros, com foco em operações feitas nos mercados de câmbio e de ações na véspera da divulgação.

    DELAÇÃO EXPLOSIVA
    Delação dos irmãos Batista, da JBS, deflagrou crise no governo Temer

    De acordo com a CVM, as investigações sobre a Blessed têm o objetivo de analisar "a veracidade da divulgação dos controladores diretos e indiretos", incluindo as pessoas físicas, desta empresa. A Blessed é sediada no estado americano de Delaware, que tem regras semelhantes às de paraísos fiscais.

    Em 2014, após consulta do próprio órgão regulador, a JBS informou que a Blessed era controlada por Lighthouse Capital Insurance e US Commonwealth Life, empresas sediadas, respectivamente, nas Ilhas Cayman e em Porto Rico, também paraísos fiscais.

    Em seus sites, as duas empresas apresentam como contatos os mesmos executivos: Colin Murdoch-Muirhead, como responsável pela área de relacionamento com clientes e desenvolvimento de negócios; Paul G. Backhouse, responsável pela Grã-Bretanha e Europa; e James A. Walker Jr, responsável legal.

    Os telefones dos três também são os mesmos nos dois sites. Entre os nomes disponibilizados pelas empresas, apenas o responsável pela administração é diferente.

    A Blessed já foi alvo de uma disputa judicial entre os controladores da JBS e a família Bertin, que acusava os Batista de controlarem a empresa, o que eles negaram.

    Em outro processo aberto nesta terça, a CVM vai analisar se os acionistas controladores da JBS cumpriram os deveres fiduciários previstos na Lei das SA, que regula empresas de capital aberto, que os obrigam a agir com diligência, lealdade e a não intervir em caso de conflito de interesses.

    A JBS disse que recebeu as notificações da CVM e vai responder aos questionamentos dentro do prazo estipulado. "A companhia está cooperando completamente com as autoridades para solucionar as questões em aberto", afirmou, em nota.

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