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    Lucro da Caixa tem alta de 82% e atinge R$ 1,5 bilhão no 1º trimestre

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    24/05/2017 08h55 - Atualizado às 11h45

    Samuel Costa/Folhapress
    Lucro da Caixa Econômica Federal cresce 11% no 4º trimestre de 2016
    Lucro da Caixa Econômica Federal cresceu 82% no 1º trimestre de 2017 ante mesmo período de 2016

    Na contramão dos grandes bancos de capital aberto do país, a Caixa Econômica Federal expandiu sua carteira de crédito no primeiro trimestre e aumentou suas despesas para cobrir possíveis calotes –mesmo prevendo queda na inadimplência.

    O lucro líquido do banco público avançou 81,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, para R$ 1,49 bilhão. Ante o último trimestre de 2016, a alta foi de 115,2%.

    A margem financeira (receita gerada principalmente com empréstimos) foi de R$ 12,6 bilhões, alta de 9,3% em um ano e de 6,9% na comparação com o trimestre anterior.

    A carteira de crédito expandiu 4,5% em um ano e terminou o mês de março em R$ 715 bilhões. Na comparação com dezembro, o crescimento foi marginal, de 0,8%. Os responsáveis pelo aumento foram concessões para infraestrutura, compra da casa própria e crédito consignado.

    No entanto, a Caixa precisou ampliar suas reservas para cobrir possíveis calotes. Essa despesa somou R$ 5,2 bilhões, alta de 36% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2016, o incremento foi de 4,78%.

    A Caixa atribui a alta expressiva a uma diminuição dessa despesa há um ano, quando fez uma cessão de carteira de crédito. No entanto, no primeiro trimestre do ano passado os bancos ainda aumentavam provisões para cobrir possíveis calotes de grandes empresas em meio ao agravamento da crise econômica.

    Em teleconferência para detalhar os resultados do banco, o vice-presidente de finanças do banco, Arno Meyer, afirmou que não é capaz de prever quando a despesa contra possíveis calotes começará a cair.

    "O futuro a Deus pertence. Eu não tenho bola de cristal. Eu não sei se os ratings [nota que mede risco de inadimplência] das empresas vão melhorar ou vão piorar. Se a concorrência está baixando as provisões, ótimo. Nós seguiremos nossa política", disse.

    A inadimplência acima de 90 dias caiu para 2,83% em março. Há um ano, era de 3,51%. Atrasos na carteira comercial pessoa física ainda são de 5,75%, enquanto os empréstimos a empresas têm calotes de 4,71%.

    Também houve elevação na inadimplência da carteira de habitação para 1,99%. Em dezembro, os atrasos acima de 90 dias eram de 1,63%.

    Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de habitação, afirmou que a alta foi puxada pelos atrasos de empresas em dificuldades financeiras. Em fevereiro, a PDG pediu recuperação judicial.

    DESPESAS

    O banco público registrou aumento de 17,2% nas despesas de pessoal, a R$ 5,9 bilhões. O número foi impactado pelo programa de demissão voluntária aberto pelo banco no primeiro trimestre.

    A Caixa esperava dispensar 10 mil trabalhadores, mas a adesão foi de 4.429 funcionários.

    JBS

    Os executivos da Caixa se esquivaram de responder sobre os possíveis impactos da crise da J&F, holding que controla a JBS, sobre o banco. Meyer afirmou que os impactos da turbulência política sobre o banco serão apresentados nos resultados do segundo trimestre.

    Questionado se há suspeita de irregularidades nos empréstimos feitos à companhia, a resposta foi sintética. "Do meu conhecimento, não".

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