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    Lava Jato

    Joesley usou avião da JBS para ir aos EUA por 'segurança', diz empresa

    JOANA CUNHA
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    30/05/2017 10h24 - Atualizado às 22h05

    Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
    Joesley Batista (foto) usou avião da JBS para ir aos EUA por 'segurança pessoal', diz empresa
    Joesley Batista (foto) usou avião da JBS para ir aos EUA por 'segurança pessoal', diz empresa

    A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) questionou a JBS na sexta (26) sobre o uso feito pelo controlador Joesley Batista de um avião pertencente à companhia de capital aberto da qual também são sócios o BNDES e a Caixa.

    O empresário e sua família viajaram para os Estados Unidos no avião após a delação dos Batista na Lava Jato.

    O uso da propriedade de uma empresa de capital aberto para fins particulares do controlador desatrelados dos interesses dos outros acionistas é considerado má prática de governança corporativa e prejudica indiretamente outros sócios da companhia.

    DELAÇÃO EXPLOSIVA
    Delação dos irmãos Batista, da JBS, deflagrou crise no governo Temer

    Nesta terça (30), a JBS respondeu que o jato foi usado para "garantir a segurança pessoal" do empresário, que na ocasião era presidente do conselho de administração.

    O questionamento foi desencadeado por reportagem da Folha de sexta, que informava que o avião não pertence à pessoa física de Joesley, e sim à companhia.

    A cada vez que a família Batista usa o avião para atividades privadas —como foi o caso da mudança que levou também o diretor Ricardo Saud—, quem divide a conta são BNDES e Caixa, que, juntos, detêm cerca de 26% de participação na JBS, além dos outros acionistas minoritários, com cerca de 30%.

    A CVM, então, pediu à empresa que apresentasse documentos que comprovassem que a prática respeitou a política de remuneração.

    Em resposta à CVM, a JBS diz que o jato tem como finalidade ser "meio de transporte para seus administradores e executivos no exercício de suas atividades" e que a utilização do avião por Joesley foi autorizada por Wesley Batista, diretor-presidente da JBS e irmão do empresário.

    Wesley disse que o uso da aeronave foi autorizado para "garantir a segurança pessoal do então presidente do conselho de administração" e que a viagem foi autorizada pela Procuradoria-Geral da República.

    Segundo Wesley, a proteção seria "essencial para a salvaguarda de interesses da companhia", devido à delação dos irmãos que abalou o governo Michel Temer.

    INTEGRIDADE FÍSICA

    "A integridade física e moral do sr. Joesley Batista, assim como a dos demais colaboradores que são ou eram administradores da JBS, está, por esse motivo, asseverou o diretor-presidente, compassada com os melhores interesses da companhia", diz o comunicado.

    O jato Gulfstream Aerospace GV-SP (550) da JBS usado por Joesley é top de linha em sua categoria e tem preço estimado em US$ 65 milhões.

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