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    Sócios da Petrobras na Sete, parceira no pré-sal, pedem R$ 4,5 bi

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    31/05/2017 02h00

    Os sócios da Petrobras na empresa de sondas Sete Brasil que já deram início a processos de arbitragem internacional pedem R$ 4,475 bilhões em ressarcimento por perdas com o investimento.

    O valor consta em documento entregue pela estatal às Bolsas de Valores na segunda (29), no qual a empresa detalha suas operações e informações financeiras de 2016.

    No texto, a Petrobras diz que os processos de arbitragem são sigilosos e, por isso, não há informações sobre a identidade dos reclamantes.

    A Folha apurou, porém, que entre eles estão alguns dos principais fundos de pensão do país, como a Previ, a Valia e a Funcef —dos empregados do BB, da Vale e da Caixa, respectivamente.

    A Petros (Petrobras) aprovou o recurso à arbitragem apenas em fevereiro de 2017, o que indica que o valor da perda possível pode subir.

    A Sete Brasil foi criada em 2010 para ser a principal parceira da Petrobras no pré-sal. Foi contratada pela estatal para construir 29 sondas de perfuração de poços petrolíferos.

    A empresa começou a naufragar com a Operação Lava Jato, que fechou o acesso a novos financiamentos. A crise se aprofundou com a queda no preço do petróleo e os cortes no plano de investimentos de sua principal cliente.

    A Sete é controlada por um fundo de investimentos chamado FIP Sondas, que tem entre os cotistas, além dos fundos citados, a própria estatal, os bancos Santander e BTG, a empresa americana EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS.

    A Petrobras tem ainda uma participação direta de 5% no controle. Como cliente, a estatal decidiu que não precisa mais de todas as sondas e tentava negociar novo acordo.

    Em abril de 2016, a Sete pediu recuperação judicial, com uma dívida de R$ 19,3 bilhões.

    PRESSÃO

    Nos últimos anos, os principais sócios da Sete fizeram baixas contábeis do valor do investimento, assumindo que não terão mais retorno.

    Participantes dos fundos de pensão acusam ex-gestores de ter cedido a pressões políticas para colocar recursos na empresa, que fechou acordo com as construtoras investigadas pela Lava Jato para construir as sondas.

    A Sete apresentou um plano de recuperação judicial em agosto de 2016, propondo a conclusão de 12 sondas com investimento adicional de até US$ 5 bilhões. O documento, porém, foi revisto e novos termos seriam apresentados ao mercado em assembleia marcada para fevereiro.

    Procurada pela Folha, a empresa informou que o encontro com investidores será realizado em 26 de junho.

    A Petrobras repetiu que as informações são sigilosas e não se manifestou. Valia e Previ não se manifestam sobre o assunto. Petros e Funcef não responderam.

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