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    Governo prevê arrecadar cerca de R$ 13 bilhões com novo Refis

    JULIO WIZIACK
    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    31/05/2017 22h53

    O governo prevê arrecadar cerca de R$ 13 bilhões em 2017 com o novo Refis, programa criado em medida provisória publicada nesta quarta (31) no "Diário Oficial da União".

    A previsão inicial era de R$ 10 bilhões em arrecadação neste ano, mas os cálculos foram refeitos e a conclusão foi de que o valor será maior.

    A opção por uma MP foi feita a despeito de parecer da AGU (Advocacia Geral da União) recomendando um projeto de lei. A objeção a usar uma medida provisória foi devido ao fato de que, na avaliação do órgão, é inconstitucional editar uma nova MP com o mesmo tema de uma que foi deixada "caducar" durante a mesma sessão legislativa (a atual sessão vai até 17 de julho).

    Foi o que aconteceu no caso do novo Refis —a primeira medida provisória sobre o programa foi tão desfigurada no Congresso que a equipe econômica decidiu deixá-la "vencer" e trabalhar, juntamente com os parlamentares, em um novo texto.

    A opção pela MP, segundo a Folha apurou, foi para atender uma demanda dos parlamentares, que consideraram que um projeto de lei demoraria muito para ser aprovado.

    180 MESES

    A MP que cria o programa prevê parcelamentos de até 180 meses com desconto máximo de 90% nos juros e de 50% nas multas.

    A proposta prevê que sejam parceladas dívidas tributárias vencidas até 30 de abril deste ano, com um prazo de adesão fixado em 31 de agosto de 2017.

    Segundo a Folha apurou, apesar de gerar receita neste ano o PERT (Programa Especial de Regularização Tributária) implicará renúncia fiscal de R$ 35 bilhões em até 15 anos, duração do programa. A estimativa de adesão é de R$ 200 bilhões em dívidas com o Fisco.

    O PERT permitirá o uso de créditos tributários inscritos na dívida ativa da União (ou seja, aqueles em fase de execução judicial) para abatimento somente nos casos de dívidas de até R$ 15 milhões. Neste ano, o devedor deverá pagar 7,5% do valor em cinco parcelas quitadas em 2017.

    Parlamentares, que juntos possuem débitos com o Fisco de cerca de R$ 3 bilhões, defendiam que não houvesse um limite para o uso desse tipo de crédito para abatimento de dívidas.

    Pela MP aprovada, para débitos acima de R$ 15 milhões o devedor deverá pagar 20% da dívida, também em cinco parcelas que deverão ser quitadas ainda neste ano, e poderá parcelar o restante com créditos de prejuízo fiscal.

    Se o débito restante for quitado integralmente em janeiro de 2018, haverá redução de 90% nos juros e 50% nas multas.

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