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    Para analistas de mercado, sinal de corte menor da taxa Selic é alerta

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    01/06/2017 02h00

    Marcos Santos/USP Imagens
    Para analistas de mercado, sinal de corte menor da taxa Selic é alerta
    Para analistas de mercado, sinal de corte menor da taxa Selic é alerta

    O Banco Central decidiu sinalizar para a possibilidade de uma redução menor na taxa básica de juros na próxima reunião (marcada para julho) para alertar que, se a crise política não for resolvida, a política monetária pode ser afetada.

    Essa é a avaliação de analistas de mercado, que lembram que o ponto central do comunicado do BC foi a incerteza em torno da aprovação da agenda de reformas.

    "O comunicado dá ênfase às novas incertezas trazidas pela crise política e salienta que as reformas são fundamentais para o BC", diz José Marcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos.

    Na avaliação dele, o ritmo não foi desacelerado já nesta reunião do Copom porque há uma dúvida sobre se a crise terá efeito inflacionário ou deflacionário.

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    "Há uma dúvida sobre isso", afirmou Camargo. "Pode afetar negativamente o emprego e a demanda, e desse ponto de vista é deflacionária. Mas pode gerar desvalorização cambial, o que gera alta de preços."

    Para Maurício Molon, economista-chefe do Santander, a ata foi mais conservadora do que permitiria o cenário atual, de inflação baixa e demora da economia em reagir.

    "A ata sinalizou que o ritmo de cortes será mais demorado. Mas o cenário inflacionário e de juros tem uma folga grande. Todas as projeções de inflação estão confortavelmente abaixo da meta. Acho que faltou o BC se mostrar mais confortável com essa folga que possui."

    Para Molon, o mercado deve reduzir suas projeções para a próxima reunião.

    Na opinião do economista e colunista da Folha Alexandre Schwartsman, da Schwartsman & Associados, o BC, de forma "inusualmente franca", praticamente se comprometeu com uma redução mais modesta da taxa básica de juros.

    "Não há como escapar da conclusão de que a turbulência política está cobrando um pedágio em termos da flexibilização da política monetária", analisou o economista em relatório.

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