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    Economia brasileira roda no mesmo patamar do fim de 2010, diz IBGE

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO
    MARIANA CARNEIRO
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    01/06/2017 10h35

    O crescimento de 1% da economia brasileira observado no primeiro trimestre ocorreu sobre um nível de produção muito baixo, afirma Rebeca Palis, gerente de contas nacionais do IBGE. A economia brasileira roda no mesmo patamar observado no fim de 2010, ou seja, há sete anos.

    "Deu uma recuperada, mas voltamos ao patamar do fim de 2010", diz.

    O IBGE divulgou nesta quinta (1º) que o PIB (Produto Interno Bruto) teve o primeiro desempenho positivo desde o quarto trimestre de 2014, ou seja, após oito quedas seguidas.

    O setor agropecuário e a indústria extrativa, petróleo e minério de ferro, puxaram a economia.

    Com o desemprego em nível recorde, o consumo das famílias seguiu em leve baixa (-0,1%). Também houve queda, de 0,6%, no consumo do governo.

    O investimento recuou 1,6%, ainda na esteira da recessão. A taxa de investimento é a menor desde 1996, início da atual série do IBGE.

    Num exercício feito por Rebeca, se o PIB brasileiro se restringisse à agropecuária e ao setor extrativo mineral, o crescimento seria de 1% no primeiro trimestre, ante o mesmo período do ano anterior. O resultado efetivo foi uma queda de 0,4%.

    MUDANÇA EM PESQUISA

    Palis comentou ainda os efeitos das mudanças nas pesquisas de comércio e serviços no resultado do PIB.

    Segundo ela, as pesquisas setoriais – que foram revistas neste início de ano – são subsídio para o cálculo do PIB, mas não são apenas elas as que monitoram os dois setores.

    "Tudo o que existe de pesquisa é insumo para as contas nacionais", disse.

    A especialista do IBGE indica que, com a mudança metodológica, o instituto intensificou a observação de dados externos, como emprego e renda, para medir o desempenho da oferta e da demanda da economia.

    RETOMADA?

    Especialistas acreditam que a economia pode voltar a perder força daqui para frente, ainda com o desemprego elevado e a crise política que atingiu o presidente Michel Temer.

    Ele é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por crimes, entre outros, de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F. Com isso, já há pedidos de impeachment contra o presidente no Congresso Nacional, aumentando os temores de que as reformas, sobretudo a da Previdência, não saiam do papel.

    E eram justamente elas apontadas por especialistas como fundamentais para garantir recuperação consistente da economia, junto com a queda de juros básicos. Mas esta também foi afetada pela crise política.

    Na véspera, o Banco Central manteve o passo e reduziu a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25%, apesar de o cenário de inflação dar suporte para movimentos mais ousados. E sinalizou que vai optar por reduções menores daqui para frente.

    Com Reuters

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