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    Lava Jato

    JBS vende operações na Argentina, Paraguai e Uruguai por US$ 300 mi

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    06/06/2017 09h38 - Atualizado às 10h15

    Pedro Ladeira/Folhapress
    LAPA, PR, BRASIL, 21-03-2017, 12h00: O ministro da Agricultura Blairo Maggi realiza visita técnica e vistoria na planta do frigorífico SIF 530, da Seara, do grupo JBS. Esta é uma das plantas investigadas na operação Carne Fraca da Polícia Federal, e está com a licença de exportação suspensa. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Frigorífico da JBS no Paraná

    A JBS vendeu por US$ 300 milhões todas as ações de suas subsidiárias com operações de carne bovina na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.

    Os papéis foram comprados por subsidiárias da Minerva, de acordo com comunicado divulgado ao mercado pela empresa nesta terça-feira (6). A aquisição ocorreu por meio das subsidiárias da Minerva Frigomerc, Pul Argentina e Pulsa.

    Segundo a JBS, fazem parte do acordo as operações de abate, desossa, industrialização, processamento e comercialização nos três países. A operação de couros na Argentina e no Uruguai não está incluída na transação.

    "A JBS ressalta que segue comprometida em manter o curso regular dos negócios até a conclusão da operação, o que inclui a manutenção dos empregos em cada um dos países envolvidos", informou a empresa.

    O negócio foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração da JBS e depende agora de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

    JBS MUNDO AFORA - Participação na receita total, em %

    A JBS informou que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir sua alavancagem financeira. A empresa terminou março com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões –o equivalente a 4,2 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) de 12 meses.

    Investidores vêm especulando sobre potencial venda de ativos pela JBS e sua controladora J&F em razão de multas pelo acordo de leniência e de delação premiada com autoridades brasileiras, além de outras eventuais penalidades, após executivos admitirem pagamento de propina para obter facilidades para o conglomerado.

    A transação foi aprovada pelos conselhos de administração de ambas as companhias e está condicionada a condições precedentes usuais em operações dessa natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

    "A aquisição da JBS Paraguay, IPF, JBS Argentina e Frigorifico Canelones pelas subsidiárias da companhia constitui oportunidade estratégica de complementação das operações do Grupo Minerva e representa mais um passo em sua diversificação geográfica na América do Sul", disse a Minerva.

    O frigorífico disse que, após a conclusão da operação, o grupo passará a ter uma capacidade total de abate de 26,380 mil cabeças por dia.

    A JBS pertence à holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O grupo está no centro da atual crise política que atinge o governo do presidente Michel Temer, após Joesley admitir em delação premiada ter pago propina a políticos em troca de vantagens, como acesso a recursos do BNDES.

    A empresa é alvo de cinco operações da Polícia Federal, como a Lava Jato e a Carne Fraca. Na semana passada, a J&F fechou acordo de leniência com o Ministério Público por R$ 10,3 bilhões.

    Até então, a empresa vinha negando que venderia ativos para arcar com a penalidade.

    Nos últimos três anos, porém, a J&F não recebeu dividendos suficientes para pagar as parcelas da multa, que podem variar entre R$ 400 milhões e R$ 850 milhões. Os dividendos somaram R$ 92 milhões em 2014, R$ 213 milhões em 2015 e R$ 109 milhões no ano passado.

    Com o acerto, as empresas do grupo garantem o direito de continuar sendo contratadas pelo poder público e retiram entraves para obter empréstimos junto a instituições financeiras.

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