• Mercado

    Wednesday, 08-May-2024 19:17:49 -03

    Perda de espaço de bens brasileiros na Argentina foi disseminada, indica CNI

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    08/06/2017 08h00

    Nacho Doce - 13.ago.2013/Reuters
    Trabalhadores na produção de automóveis da montadora Ford, em São Bernardo do Campo (SP). O Governo pode elevar a quantidade exigida de auto-peças brasileiras em um véiculo para que as montadoras recebam os incentivos fiscais previstos no regime automotivo. *** Brazilian workers polish Ford cars on a assembly line at Sao Bernardo do Campo Ford plant, near Sao Paulo August 13, 2013. The pace of vehicle production in Brazil slipped in July to the lowest daily rate in five months as factories, facing sagging consumer confidence, scaled back output, industry data showed on August, 6. Anfavea, the national automakers association, said automobile production in Brazil fell 2.7 percent from June, even though July had three additional work days. Factories produced about 13,600 cars a day, the lowest rate since February. REUTERS/Nacho Doce (BRAZIL - Tags: TRANSPORT BUSINESS EMPLOYMENT)
    Os automóveis lideram a lista dos principais produtos brasileiros exportados para Argentina

    Estudo da FGV feito a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que o recuo da presença brasileira no mercado argentino atingiu diversos setores.

    Dos 26 principais produtos brasileiros exportados para a Argentina em 2005, o Brasil possuía liderança em 25. Uma década depois, considerando a mesma lista de produtos, o país mantinha a dianteira em apenas 18.

    Em todos eles, contudo, a distância para o segundo colocado diminuiu.

    A recuperação vista recentemente, com o mercado argentino retomando neste ano o posto de principal comprador de manufaturados do país, não foi suficiente para afastar a preocupação do empresariado.

    Isso porque o saldo ainda é desfavorável ao país: ao final de 2016, os produtos brasileiros representavam 24,5% das exportações argentinas, bem abaixo dos 34,8% que o país possuía dez anos antes.

    O recuo em várias frentes decorre da perda de competitividade dos produtos brasileiros e da chegada de novos e agressivos rivais no mercado argentino, indica a pesquisa.

    Se em 2005 os brasileiros disputavam especialmente com mercadorias da Alemanha, Estados Unidos e França, atualmente a concorrência maior é com China, México, Coreia do Sul e Tailândia.

    Ver esses rivais avançarem é sofrido para a indústria brasileira já que, além de ter fronteira com a Argentina, o país possui vantagens tarifárias derivadas do Mercosul e do acordo automotivo.

    MEDIDAS

    Para auxiliar os brasileiros nessa disputa, a indústria criou o Conselho Empresarial Brasil-Argentina. A nova entidade, que reúne 58 empresas e associações setoriais, fará sua primeira reunião nesta quinta (8).

    "Há um potencial tremendo nos dois países que não é explorado em sua plenitude. Cada país passa em diferentes momentos por períodos de volatilidade e instabilidade política.

    Está na hora de a iniciativa privada ser mais atuante", diz Ricardo Lima, presidente da cimenteira Intercement, que presidirá o conselho.

    O conselho defende medidas para ampliar os investimentos na Argentina e reduzir barreiras ao comércio. Defende a revisão de acordo de bitributação de renda entre os dois países e que Brasil e Argentina aprofundem a cooperação em negociações e disputas na OMC (Organização Mundial do Comércio).

    Entre as prioridades do conselho, estão ainda medidas para aumentar o comércio de serviços com o país vizinho.

    Hoje, a Argentina ocupa o 9º lugar entre os principais compradores de serviços do país, com apenas 2% do que os brasileiros exportam.

    As empresas brasileiras querem aproveitar o fôlego recente nas exportações, que acumulam alta de 20% em 2017, para recuperar o espaço perdido na Argentina, principal parceiro na região.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024