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    Bolsa recua 0,7% e dólar fecha em baixa à espera de decisão no TSE

    DE SÃO PAULO

    08/06/2017 18h06

    Os investidores mantiveram a cautela no terceiro dia de julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e levaram a Bolsa a fechar em baixa e o dólar a recuar nesta quinta-feira (8).

    O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas na Bolsa brasileira, caiu 0,66%, para 62.755 pontos. A preocupação com a crise política se refletiu novamente em volume financeiro abaixo da média diária do ano. O giro financeiro foi de R$ 6,2 bilhões —no ano, a média é de R$ 8,3 bilhões por dia.

    O dólar operou em alta durante a maior parte da sessão, em linha com a valorização da moeda americana no exterior. Perto do fechamento, porém, inverteu o sinal e caiu.

    O dólar comercial recuou 0,24%, para R$ 3,265. O dólar à vista teve queda de 0,12%, para R$ 3,280.

    Analistas atribuem a queda da Bolsa e do dólar nesta quinta-feira à dificuldade de projetar um resultado para o julgamento que pode colocar fim à atual crise política. A perspectiva de que o TSE absolva a chapa não traria alívio imediato aos investidores, pois persistiriam dúvidas sobre a capacidade do presidente de aprovar as reformas trabalhista e da Previdência, afirma Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets.

    "O mercado já precifica a permanência de Temer no poder, já há analistas políticos dando a entender que é bastante provável que não haja a cassação", diz. "Mas é preciso acompanhar para saber se ele vai conseguir aprovar as reformas. Se as contas públicas não melhorarem, as agências de classificação de risco já indicaram que a avaliação do país vai piorar."

    Para Pedro Galdi, analista da Upside Investor, os investidores estão em compasso de espera em relação ao cenário político. "O mercado está muito difícil, muitas coisas estão acontecendo no exterior, houve eleição no Reino Unido, o Banco Central Europeu indicando que não vai mais cortar juros".

    No Reino Unido, eleitores foram às urnas para definir a composição do Parlamento. Ainda que se espere que o Partido Conservador de fato ganhe, como era previsto desde o começo, é possível que sua maioria parlamentar seja reduzida -um sério golpe na imagem de sua primeira-ministra, Theresa May.

    Já o BCE sinalizou nesta quinta-feira que não planeja mais cortes de juros, já que as perspectivas para a zona do euro melhoraram. No entanto, disse que a inflação fraca significa que continuará a dar mais estímulo para a economia da região.

    AÇÕES

    As ações de metalúrgicas, mineradoras e siderúrgicas lideraram as altas na Bolsa brasileira, após dados positivos de balança comercial na China sugerirem que a economia resiste melhor que o esperado mesmo com o aumento das taxas de empréstimo e do enfraquecimento do mercado imobiliário no país.

    As ações mais negociadas da Vale fecharam em alta de 2,08%, para R$ 25,52. Os papéis com direito a voto avançaram 2,16%, para R$ 27,02. Os preços do minério de ferro fecharam o dia com queda de 1,07%.

    A Metalúrgica Gerdau subiu 3% e liderou as altas do Ibovespa. As ações da Gerdau avançaram 2,46%, e os papéis da CSN subiram 2,01%.

    Os papéis da Petrobras fecharam em alta nesta quinta-feira. As ações mais negociadas recuaram 0,23%, para R$ 12,84. As ações com direito a voto subiram 0,15%, para R$ 13,70.

    As ações da JBS recuaram 2,86%, no segundo dia de desvalorização.

    DÓLAR

    A queda da moeda americana em relação ao real ocorreu na contramão da valorização do dólar no exterior. Das 31 principais moedas do mundo, 16 ganharam força em relação à divisa americana nesta quinta.

    O Banco Central vendeu os 8.200 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou US$ 1,230 bilhão do total de US$ 6,939 bilhões que vencem no mês que vem.

    O risco-país medido pelo CDS (credit default swap) recuou 0,96%, para 236,8 pontos.

    Folhainvest

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