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    Banco central americano aumenta taxa de juros pela 2ª vez neste ano

    DE SÃO PAULO

    14/06/2017 15h00 - Atualizado às 15h50

    Cliff Owen - 23.mar.2017/Associated Press
    Presidente do Fed, Janet Yellen: BC americano subiu taxa de juros
    Presidente do Fed, Janet Yellen: BC americano subiu taxa de juros

    O banco central americano confirmou a expectativa do mercado e elevou, nesta quarta-feira (14), a taxa de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a banda entre 1% e 1,25%.

    A probabilidade de aumento era de 93,5%, segundo economistas e consultores ouvidos pela agência internacional de notícias Bloomberg.

    A última alta de juros promovida pelo Fed havia ocorrido na reunião de março, quando os juros subiram para a faixa entre 0,75% e 1%.

    Em nota emitida após a reunião, o Fed manteve a expectativa de aumentar os juros mais uma vez no ano.

    A decisão foi ancorada em dados que mostram que o mercado de trabalho americano está sólido e a atividade econômica do país se recuperando, ainda que a um ritmo mais lento que o esperado.

    No comunicado, o Fed indica que, desde o encontro de maio, quando a autoridade monetária manteve a taxa de juros no país, o mercado de trabalho continuou a se fortalecer e a atividade econômica cresceu moderadamente.

    No primeiro trimestre do ano, a economia dos Estados Unidos cresceu 1,2%. O crescimento dos gastos de consumo, que representa mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, cresceu a uma taxa de 0,6%.

    A taxa de desemprego nos Estados Unidos em maio recuou para o menor nível em 16 anos, chegando a 4,3%. O resultado, contudo, aliado à revisão dos dados de março e abril, mostram uma desaceleração do ritmo de queda, o que sugere que o mercado de trabalho está perdendo força

    A geração de empregos fora do setor agrícola foi de 138 mil em maio, quando os setores de manufatura, governo e varejo fecharam postos, segundo dados do Departamento do Trabalho.

    COMPRA DE TÍTULOS

    O Fed anunciou ainda que começará a reduzir sua carteira de títulos americanos e outros papéis neste ano.

    O banco central americano fez um claro esboço de seu plano para reduzir o portfólio de US$ 4,2 trilhões em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas, cuja maior parte foi comprada na esteira da crise financeira e recessão de 2007-2009.

    "O comitê espera atualmente começar a implementar o programa de normalização do balanço este ano, desde que a economia evolua como esperado", disse o Fed em seu comunicado.

    De acordo com um adendo divulgado junto com o comunicado, o Fed espera que o plano de redução do balanço contenha a suspensão dos reinvestimento de volumes ainda maiores de títulos a vencer.

    O Fed estima que o teto para os Treasuries seja de US$ 6 bilhões por mês inicialmente, aumentando a US$ 6 bilhões em intervalos de três meses ao longo de 12 meses até que alcance US$ 30 bilhões por mês.

    Para os títulos lastreados em hipotecas, o limite será de US$ 4 bilhões por mês inicialmente, aumentando a US$ 4 bilhões a intervalos trimestrais ao longo de um ano até que alcance US$ 20 bilhões por mês.

    Com isso o Fed elevou a taxa de juros quatro vezes como parte da normalização da política monetária que começou em dezembro de 2015. O banco central havia levado os juros para perto de zero em resposta à crise financeira.

    PROJEÇÕES

    As autoridades também divulgaram novas projeções econômicas, que mostraram preocupação temporária com a inflação e contínua confiança em relação ao crescimento econômico nos próximos anos.

    Elas projetaram crescimento econômico dos EUA de 2,2% em 2017, aumento em relação à projeção de março. A inflação foi projetada em 1,7% até o final deste ano, contra 1,9% estimado anteriormente.

    A medida preferida do Fed para a inflação caiu de 1,8% para 1,5%, e tem ficado abaixo da meta de 2% do banco central há mais de cinco anos.

    A expectativa é de que os juros subam mais uma vez até o final deste ano, de acordo com as projeções divulgadas pelo Fed, mantendo a estimativa anterior.

    O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, foi dissidente na decisão desta quarta-feira.

    Com Reuters

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