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    Justiça proíbe JBS de vender ativos na América do Sul para Minerva

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    21/06/2017 12h42 - Atualizado às 17h24

    Pedro Ladeira/Folhapress
    LAPA, PR, BRASIL, 21-03-2017, 12h00: O ministro da Agricultura Blairo Maggi realiza visita técnica e vistoria na planta do frigorífico SIF 530, da Seara, do grupo JBS. Esta é uma das plantas investigadas na operação Carne Fraca da Polícia Federal, e está com a licença de exportação suspensa.
    Unidade da JBS; empresa tenta vender ativos

    A Justiça Federal do Distrito Federal proibiu a JBS de vender suas unidades de carne bovina no Uruguai, no Paraguai e na Argentina para a rival Minerva. A operação, anunciada no início de junho, previa o pagamento de US$ 300 milhões à JBS.

    A decisão, divulgada nesta quarta (21), foi tomada pelo juiz substituto da 10ª Vara Federal, Ricardo Leite. O magistrado é responsável pela Operação Bullish, que foi deflagrada em maio para investigar irregularidades envolvendo empréstimos do BNDES à empresa de alimentos dos irmãos Batista.

    A JBs afirmou que irá recorrer da decisão.

    Segundo Leite, é "prematura" a decisão de liberar a venda de ativos, bem como levantar outras medidas cautelares, diante da "fragilidade das provas apresentadas" pelos delatores até o momento.

    Joesley e Wesley Batista e outros cinco executivos do grupo J&F firmaram acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. Nele narram irregularidades cometidas por mais de 1.800 políticos, entre eles o presidente Michel Temer.

    "A colaboração premiada não se esgota em depoimentos, havendo necessidade de apresentação de provas idôneas", diz Leite no documento.

    O juiz afirma que é preciso apresentar à 10ª Vara Federal provas sobre as irregularidades cometidas no BNDES e esclarecer detalhes da transferência de recursos do banco estatal para a compra pela JBS das empresas Smithfield, National Beef, Pilgrim's, Tasman Group e Bertin.

    Leite também notou em sua decisão que o acordo de delação ainda será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, embora a probabilidade de confirmação da colaboração seja alta, é preciso aguardar o resultado da deliberação pelo colegiado.

    DIFICULDADES

    A decisão ocorre num momento em que a JBS tenta deslanchar um plano de venda de ativos com o objetivo de levantar R$ 6 bilhões.

    Com uma dívida bilionária e bancos temerosos em emprestar dinheiro novo, a empresa busca alternativas para reduzir seu endividamento. O negócio com o Minerva, que renderia à companhia quase R$ 1 bilhão, era o primeiro passo nessa direção.

    Os bancos se fecharam à empresa desde que detalhes do esquema de corrupção montado pelos Batista se tornaram públicos.

    A J&F, empresa da família Batista que controla a JBS, fechou um acordo de leniência por meio do qual se comprometeu a pagar R$ 10,3 bilhões como ressarcimento a órgãos públicos pelos crimes cometidos.

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