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    Brasileiro segue pessimista em relação à economia, mostra Datafolha

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    25/06/2017 02h00

    Os brasileiros não demonstram otimismo com o discurso do governo de Michel Temer de que a economia está se recuperando da crise.

    A maioria da população espera que o desemprego cresça mais e que a inflação aumente, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 21 e 23.

    O resultado é semelhante ao encontrado no levantamento anterior, realizado na última semana de abril.

    Essa estabilidade indica que a crise política deflagrada pelas denúncias de corrupção contra Temer não afetaram as expectativas econômicas do brasileiro. Em maio, a divulgação da gravação de uma conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, motivou abertura de inquérito contra o peemedebista.

    Notícias positivas, como o saldo positivo de empregos formais em maio e a expansão de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2017, comemorado pelo governo como sinal de fim da recessão, tampouco foram capazes de levantar o ânimo da população.

    EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO - Opinião dos brasileiros sobre trajetória dos preços, em %

    De acordo com o Datafolha, 54% dos brasileiros acreditam que a taxa de desemprego, que está hoje no nível recorde de 13,6%, vai aumentar mais. O percentual dos que esperam pelo pior é pouco menor do que o encontrado em abril, de 57%.

    Outros 21% afirmam que o desemprego vai cair, resultado semelhante ao de abril, quando 20% declararam a mesma posição. Outros 22% esperam que a taxa continue no patamar atual, percentual mais uma vez semelhante ao resultado anterior (21%).

    INFLAÇÃO

    Em relação à inflação, 55% da população espera que os preços aumentem daqui para a frente. Em abril, 56% declaravam ter a mesma visão.

    A expectativa contraria a trajetória do indicador, em queda últimos meses -em maio, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 3,60% no acumulado em 12 meses, menor taxa em uma década.

    Na quinta-feira (22), o Banco Central reduziu sua expectativa de inflação para 2017 de 4% para 3,8%. A visão é compartilhada pelo mercado, que espera que o índice termine o ano abaixo do centro da meta, de 4,5%.

    O levantamento feito pelo Datafolha também pesquisou a expectativa do brasileiro em relação ao poder de compra dos salários. Para 41% dos entrevistados, ele vai cair, 29% acreditam que ele vai ficar como está e outros 26% afirmam que ele vai aumentar.

    Em relação às pesquisas anteriores, o percentual dos pessimistas chegou ao menor patamar desde o início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

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