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    Em 2016, obter crédito foi mais difícil para empresas familiares

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    26/06/2017 02h00

    De um ano para cá, as empresas familiares brasileiras passaram a se preocupar menos com o aumento no custo dos insumos e mais com a obtenção de crédito e a incerteza política e econômica.

    A conclusão é da auditoria KPMG. A porcentagem de empresas que tiveram dificuldade de acesso a financiamento nos seis meses anteriores aumentou de 37% para 43% em relação a 2015.

    "As instituições financeiras passaram a exigir mais garantias reais e fazer avaliações de crédito mais detalhadas, sendo mais rigorosas", avalia Sebastian Soares, sócio da KPMG no Brasil.

    O estudo converge com pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que afirma que, entre indústrias que buscaram crédito em 2016, 56,7% encontraram condições piores que no ano anterior.

    A principal forma de captação de recursos das empresas familiares, segundo a KPMG, são empréstimos e financiamentos bancários (64%), seguidos de investimentos dos próprios proprietários (24%).

    Na primeira pesquisa, feita no fim de 2015, a inflação havia fechado o ano em 10,67%. A segunda foi um ano depois, pós-impeachment, com cenário de baixa inflação e expectativa de fim da recessão.

    Pela mudança no cenário econômico, a alta nos preços perdeu importância entre as empresas, com inflação passando de principal preocupação de 34% das empresas para apenas 9%. Outro sinal de otimismo é que 70% estão confiantes em relação ao futuro da empresa, ante 42% da pesquisa anterior.

    Empresas familiares são as que têm uma ou mais famílias no controle, de qualquer tamanho. "No Brasil, as empresas querem continuar sendo familiares, diferentemente dos Estados Unidos, onde a primeira ideia é vender o negócio", diz Sidney Ito, também sócio da consultoria.

    EM FAMÍLIA - Principal preocupação da empresa familiar, em %

    A pesquisa analisa ainda a quantidade de reuniões de conselho de administração —mais de dez por ano, em 53% das empresas—, sinal de independência da gestão.

    No Brasil, 53% das empresas familiares têm um conselho de administração. Na Europa, são 73%.

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