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    Empresas aproveitam avanço do mercado de insetos como opção de comida

    DO "FINANCIAL TIMES"

    26/06/2017 02h00

    Michael Kooren/Reuters
    Estudante prepara cupcakes de chocolate com farinha de minhoca e gafanhotos em universidade na Holanda
    Estudante prepara cupcake de chocolate com farinha de minhoca e gafanhoto na Holanda

    Entre os empreendedores que buscam inovar o setor de comida, o apetite por insetos está em alta, agora que os benefícios ambientais e de saúde de grilos, moscas e vermes começam a ser conhecidos.

    Com a expectativa de que a população do planeta cresça para 10 bilhões em 2050 -e com ela, a demanda por alimentos-, número pequeno mas crescente de empresas está explorando o potencial dos insetos como fonte de comida e ração animal.

    Os insetos são eficientes, têm um impacto ambiental menor do que outros animais usados como comida e teor elevado de proteína, bem como vitaminas e minerais.

    "Os pioneiros do setor estão percebendo oportunidades", disse Patrick Durst, da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). "Existe claramente um mercado para insetos comestíveis, e os empreendedores que não têm medo do risco estão agindo para explorá-lo", acrescentou.

    Governos, organizações filantrópicas e fundos especializados em agronegócio estão apoiando essas start-ups.

    MILK-SHAKE

    O mercado de insetos comestíveis, que inclui milk-shakes e biscoitos de proteína feitos de pó de grilo e comidas feitas de larvas de drosófilas e minhocas, foi avaliado em cerca de US$ 100 milhões e deve crescer para mais de US$ 1,5 bilhão em 2021, de acordo com a Arcluster, empresa de Cingapura que pesquisa tendências.

    O número de start-ups que trabalham com comidas feitas de insetos é tamanho que o mercado do segmento parece superlotado nos Estados Unidos, de acordo com Aaron Dossey, que fundou a All Things Bugs em 2011.

    A empresa, maior fornecedora de pó de grilo dos EUA, lucrou US$ 300 mil em 2016.

    Ainda que insetos sejam parte do cardápio para 2 bilhões de pessoas, Chris Nan, da Arcluster, disse que comer insetos continua a causar "nojinho". Por isso, algumas das maiores oportunidades, nos EUA e na Europa, provavelmente estarão associadas ao uso de insetos para rações.

    A Protix, holandesa que produz ração com moscas, recebeu investimentos de US$ 45 milhões, o maior valor obtido pelo segmento até agora.

    "Estamos cultivando vastas quantidades de grãos em uma parte do mundo para alimentar animais em outra. Insetos são parte da solução para reduzir o impacto ambiental", disse Kees Aarts, presidente-executivo da Protix.

    Os desafios para o setor de insetos comestíveis são a falta de legislação que o regulamente e a dificuldade de ampliar a escala. A União Europeia aprovou o uso de insetos em rações para peixes.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Edição impressa
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