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    Escassez de crédito privado é gargalo para infraestrutura

    ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
    DE SÃO PAULO

    26/06/2017 02h00

    Jarbas Oliveira/Folhapress
    AEROPORTO PINTO MARTINs, em Fortaleza, leiloado pelo Governo Federal em março
    Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, leiloado pelo Governo Federal em março

    O Brasil enfrenta um grande desafio de financiamento de longo prazo para concessões e infraestrutura, afirma o economista Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho.

    Em artigo sobre as fraquezas do mercado de capitais brasileiro, o diretor da Anbima diz que, sem reformas, não haverá financiamento privado de longo prazo "nem na próxima década" e "estaremos condenados ao voo de galinha".

    Entre 2010 e 2015, BNDES, fundos regionais, Banco do Nordeste e fundos compulsórios foram responsáveis por 70% do financiamento de projetos de longo prazo, enquanto o mercado de capitais contribuiu com apenas 14%, e os bancos privados, com 16%, aponta Chrysostomo. Em 2015, a fatia dos bancos caiu para 9%, e a do mercado de capitais, para 4%.

    A necessidade de soluções privadas cresce com a nova política do BNDES, que cortou financiamentos com juros muito abaixo do mercado.

    Criadas em 2011, as debêntures incentivadas (papéis de dívida privada com incentivo tributário) financiaram dez projetos de investimento novos (os "greenfield") de 2012 a setembro de 2016.

    Chrysostomo propõe uma transição coordenada pelo aparelho estatal para que os bancos privados assumam o papel hoje feito pelos públicos.

    Seria preciso mais instrumentos de crédito via securitizações de recebíveis, fundos de recebíveis, fundos de crédito estruturado, entre outros, que reduzisse aos poucos "a dependência do crédito curto, caro e reduzido dos bancos privados".

    Outra ação necessária, segundo ele, é incentivar o mercado secundário.

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