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    Balança comercial garante superavit recorde nas transações correntes

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    27/06/2017 10h59 - Atualizado às 17h50

    Como vem ocorrendo nos últimos meses, as transações do Brasil com outros países foram afetadas positivamente pela balança comercial e tiveram um superavit de US$ 2,9 bilhões em maio, informou nesta terça-feira (27) o Banco Central. É o melhor resultado para o mês da série histórica, iniciada em 1995.

    No mesmo mês do ano passado, o resultado também foi positivo, em US$ 1,2 bilhão.

    O bom resultado foi determinado pelo desempenho das vendas externas.

    As exportações somaram US$ 19,7 bilhões em maio, e as importações totalizaram US$ 12,3 bilhões, o que possibilitou um resultado positivo de US$ 7,4 bilhões na balança comercial.

    No acumulado do ano, o resultado das transações com outros países está deficitário em US$ 616 milhões, bem abaixo dos US$ 6 bilhões de registrados nos primeiros cinco meses do ano passado.

    Balanço das transações correntes - Em R$ bilhões

    VIAGENS

    O bom desempenho da balança comercial compensou o rombo nas transações de serviços do Brasil com outros países, que foi de US$ 2,4 bilhões em maio.

    Esse deficit em serviços foi determinado, entre outros fatores, pelos gastos dos brasileiros com viagens ao exterior, que totalizou US$ 1,5 bilhão, pouco acima do R$ 1,1 bilhão registrado no mesmo mês do ano passado.

    As despesas de estrangeiros com viagens ao Brasil somaram US$ 419 milhões, o que fez com que o deficit em viagens fosse de cerca de US$ 1 bilhão.

    O deficit de aluguel de equipamentos também foi grande, de US$ 1,3 bilhão no mês passado –o resultado negativo foi quase todo determinado pelos gastos do Brasil com equipamentos alugados do exterior.

    INVESTIMENTO DIRETO

    O investimento direto estrangeiro no setor produtivo foi de US$ 2,9 bilhões no mês passado, metade dos US$ 6,1 bilhões registrados em maio do ano passado.

    Em abril, esses investimentos foram de US$ 5,5 bilhões. No ano, esses investimentos somam US$ 32,4 bilhões, abaixo dos US$ 29,9 bilhões registrados entre janeiro a maio do ano passado.

    O IDP (Investimento Direto no País) apresentou o pior resultado para meses de maio desde 2009.

    De acordo com Fernando Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, esse movimento deve se repetir em junho. Até o dia 23, o IDP somou US$ 1,4 bilhão, e o BC projeta que totalizará US$ 2,5 bilhões no mês.

    O principal motivo para os níveis mais reduzidos de IDP é que não houve operações de investimento acima de US$ 500 milhões em maio.

    "Não achamos que é tendência para o segundo semestre, vamos continuar olhando esses dados", disse Rocha.

    Ele declarou que ainda não há elementos suficientes para dizer se a crise política vem afetando os números.

    "O IDP trata de compras de empresas ou criação de novas empresas, são decisões que não são tomadas de imediato, já que miram cenários de vários anos à frente. Não parece [que a crise política] possa ser a razão para isso".

    Gastos dos brasileiros no exterior - Em US$ milhões

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