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    Economia brasileira crescerá menos em 2017, diz Meirelles

    DA REUTERS

    28/06/2017 16h38

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (28) que a economia brasileira crescerá menos do que o esperado neste ano e repetiu que, se necessário, haverá aumentos de impostos.

    Meirelles disse a jornalistas, após participar de evento em São Paulo, que o PIB (Produto Interno Bruto) do país terá expansão de um pouco menos de 0,5% neste ano e que a projeção oficial será divulgada nas próximas semanas.

    "A previsão para o PIB [deste ano] é um pouco menor do que 0,5%, mas certamente será positivo", afirmou ele.

    O Brasil passou os últimos dois anos mergulhado em recessão e, agora, dá sinais de recuperação, porém ainda não consistentes, em meio à intensa crise política que afetou o governo do presidente Michel Temer e alimentou temores de que o andamento das reformas trabalhistas e da Previdência no Congresso Nacional será afetado.

    Meirelles disse ainda que a economia vai crescer cerca de 2% no quarto trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2016, abaixo da estimativa anterior de 2,7%. "Será [um crescimento] acima de 2% ainda", afirmou ele.

    Na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, as estimativas são de crescimento do PIB de 0,39% neste ano e 2,10% em 2018.

    Diante desse cenário de menor expansão da atividade, que afeta a arrecadação e consequentemente as contas públicas do país, o ministro repetiu que, se for necessário, haverá aumento de impostos.

    Um que está na mesa para análise é a Cide sobre combustíveis, que não precisaria do aval do Congresso para elevar a alíquota.

    Meirelles afirmou novamente que a trajetória da inflação e da taxa de juros é de queda e, assim, o Banco Central está no "caminho certo".

    Antes do evento, Meirelles esteve reunido com economistas, que apontaram a fraqueza da atividade econômica e adotaram discurso mais pessimista do que o do governo, segundo dois participantes do encontro ouvidos pela Reuters.

    "A discussão entre os economistas foi de piora da atividade depois do evento da JBS e que, se a economia vai crescer menos, como será possível cumprir a meta fiscal", afirmou um dos economistas, referindo-se às delações de executivos do grupo J&F contra Temer e que levou a Procuradoria Geral da República a denunciar o presidente por crime de corrupção passiva.

    Apesar do cenário adverso, Meirelles se mostrou comprometido em cumprir a meta fiscal deste ano, que prevê deficit primário de R$ 139 bilhões, segundo pessoas ouvidas.

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