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    o brasil que dá certo - inovação

    Criado por brasileiros, software de projeção em domos está em 40 países

    BRUNO LEE
    DE SÃO PAULO

    30/06/2017 02h00

    Charles Roussel
    Programa Blendy Dome VJ em ação, durante performance no museu MoMa PS1, em 2016
    Programa Blendy Dome VJ em ação, durante performance no museu MoMa PS1, em 2016

    O português é a "língua oficial" de um software de projeção de vídeos em 360 graus usado hoje em mais de 40 países, dos EUA à Tailândia, passando por Rússia e Suíça.

    Por trás do desenvolvimento do programa, o Blendy Dome VJ, estão os VJs brasileiros Roger Sodre e Spetto e o português Pedro Zaz.

    Lançado em 2014, o software precisa de uma estrutura relativamente simples para rodar: um computador e, idealmente, seis projetores. A licença de uso custa 800 euros (R$ 2.960). O grupo também oferece consultorias e suporte técnico.

    Em comparação, sistemas tradicionais para projeção em domos envolvem de seis a oito computadores, de acordo com Spetto, a um custo total que pode chegar a US$ 300 mil (R$ 927 mil).

    "A projeção em 360 graus ficou portátil e amigável. Diversas instituições passaram a testar o Blendy Dome", afirma Spetto.

    Uma delas é o museu MoMa PS1, em Nova York.

    Em fevereiro de 2016, a instituição, filial do MoMa, usou o programa pela primeira vez, na performance musical "Valium Valentine", de seis horas de duração.

    "Eles montam um domo durante alguns meses do ano, mas a estrutura não era usada para fazer projeções, apenas para sediar eventos", afirma Sodre.

    "O museu entrou em contato, e oferecemos suporte direto para o pessoal técnico deles, por telefone e Skype. Eles estavam sem verba para consultoria e passagem, e não tínhamos ninguém que pudesse ir até lá na ocasião."

    A colaboração deu certo, e a instituição acabou adotando oficialmente o software, segundo Spetto.

    Apesar de ser um programa comercial -basta pagar e usar-, Sodre explica que o interesse artístico também é relevante para o trio, todos VJs já veteranos.

    "Se um projeto interessante demanda o software, não vamos ser um empecilho: 'ah, não, não vai fazer porque não tem dinheiro'. A gente acaba dando um jeito, fazendo uma parceria", diz.

    FESTIVAL

    Mais recentemente, em março deste ano, o Blendy Dome VJ esteve no South by Southwest, em Austin (EUA), considerado um dos principais festivais de tecnologia no mundo.

    O software foi usado em um domo da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) no evento, que serviu de plataforma de lançamento para o Twitter em outras edições, por exemplo.

    A produção do conteúdo, diversos curtas-metragens, foi encabeçada pela Outras Telas, divisão da produtora O2, de Fernando Meirelles.

    "Instalamos nosso domo, de três metros de diâmetro, no estúdio da produtora, para a produção dos filmes. Demos toda a consultoria, ficamos um tempo com eles", afirma Sodre.

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