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    Comércio do Brasil tem queda inesperada em maio, diz IBGE

    DA REUTERS

    12/07/2017 10h23

    O varejo brasileiro registrou queda inesperada em maio e caiu 0,1% em relação a abril, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (12). Especialistas esperavam uma alta de 0,35%.

    Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve um crescimento de 2,4%, bem abaixo da expectativa projetada por analistas de 3,2%.

    O índice é resultado das fortes perdas nas vendas de vestuário e calçados, sinal de dificuldade de recuperação consistente da atividade econômica em meio ao cenário de fortes incertezas políticas.

    As vendas do setor de tecidos, vestuário e calçados foram as que mais sofreram no mês, com queda de 7,8% depois de avanço de 4,6% em abril.

    Volume de vendas do varejo - Em %

    Caíram também as vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (4,5%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%).

    "Enquanto a confiança não voltar a acelerar, o varejo vai continuar patinando, e isso depende muito do cenário político. Para junho também podemos esperar deterioração", disse a economista da corretora CM Capital Markets, Jessica Strasburg.

    Por outro lado, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que têm peso importante no consumo das famílias, registraram alta de 1,4 %, segundo mês seguido de resultado positivo.

    Já o varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, teve queda nas vendas de 0,7% sobre abril.

    Se por um lado a inflação em níveis historicamente baixos favorece o consumo, por outro, o país sofre com forte crise política que vem abalando a confiança desde meados de maio.

    O presidente Michel Temer foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo crime de corrupção passiva com base nas delações de executivos da JBS, que vieram à público em meados de maio.

    O temor dos agentes econômicos é de que o andamento da reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, seja cada vez mais afetado no Congresso Nacional.

    Variação da receita nominal do varejo - Em %

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