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    Maia minimiza tom e diz que votará MP se houver acordo na Câmara

    GUSTAVO URIBE
    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    12/07/2017 18h17

    Pedro Ladeira 4 abr. 2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 04-04-2017, 19h00: Plenário da câmara dos deputados durante votação de projeto que cria regras para utilização de aplicativos de transporte individual, como o Uber. O autor do projeto é o dep. Carlos Zaratini (PT-SP) e o relator o dep. Daniel Coelho (PSDB-PE). O dep. Rodrigo Maia )DEM-RJ) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Rodrigo Maia, presidente da Câmara, durante sessão em abril

    No mesmo dia em que disse que não reconhecerá qualquer medida provisória que faça mudanças na reforma trabalhista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou o tom na tarde desta quarta-feira (12).

    Criticado pelas centrais sindicais ao longo do dia, ele disse à Folha que aceita colocar em votação a proposta enviada pelo presidente Michel Temer caso se chegue a um acordo com os parlamentares.

    "Se tiver um acordo com os deputados federais, sim, vou fazer a interlocução com o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para organizarmos juntos", disse.

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    Maia afirmou que a sua posição é tentar construir com calma um acordo, já que alguns parlamentares ainda não foram convencidos. "Nós temos um prazo de 120 dias. Não será fácil, mas meu papel é o diálogo", disse.

    Na madrugada, em mensagem nas redes sociais, ele havia dito que não pretendia pautar a medida provisória. "Não participamos de nenhum acordo. Queremos reformar o Brasil. Chega de mentiras", afirmou.

    Na manhã desta quarta-feira (12), a Força Sindical entrou em contato com Maia para tratar da declaração.

    "Ele participou das reuniões [com o governo] e disse que cumprirá com o que foi acordado lá. Ele deve ter motivos políticos que eu desconheço para dizer aquilo", disse o secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

    Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, a declaração de Maia foi uma "cena política". "Isso foi para despistar, já que ele está sendo acusado de querer sentar na cadeira do presidente", disse.

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    Para convencer a base aliada a aprovar a reforma trabalhista, o presidente firmou em maio um acordo com senadores da base aliada em que previa alterações na legislação aprovada a partir da edição de uma medida provisória.

    A manifestação de Maia irritou o presidente Michel Temer, que garantiu em conversas reservadas que honrará o compromisso firmado pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), com a base aliada e editará uma medida provisória.

    O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também pregou que o acordo seja cumprido e defendeu que seja feito um diálogo com a Câmara. "O intuito do governo é dar prosseguimento ao acordo, na maneira como for mais conveniente, e chamando ao diálogo a Câmara", disse.

    Na Câmara, a manifestação de Maia agradou deputados. A mensagem publicada na madrugada foi especialmente bem recebida entre os tucanos, que têm se posicionado totalmente contrários à existência de qualquer tipo de contribuição sindical. Entre vários parlamentares, a avaliação é a de que Maia "está em campanha".

    O texto que foi aprovado pelo Congresso acaba com o imposto sindical. O governo estudava, por meio de uma medida provisória, criar uma contribuição que possa substituir o imposto.

    O Ministério do Trabalho, mais ligado aos sindicatos, chegou a enviar, na semana passada, uma minuta de medida provisória aos representantes das centrais sindicais para dizer que o governo criaria uma contribuição alternativa.

    CONVITE

    Para tentar minimizar os estragos, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, telefonou para as principais centrais sindicais para negar que o governo havia recuado da iniciativa.

    Ele chegou a até mesmo convidá-las para evento nesta quinta-feira (13) de sanção da reforma trabalhista, mas tanto a Força Sindical como a UGT recusaram.

    Elas devem se reunir na próxima quarta-feira (19) com o presidente para discutir a medida provisória.

    Para contrapor Maia, o Palácio do Planalto decidiu agilizar a edição da iniciativa. A ideia é que uma primeira versão do texto seja finalizada na semana que vem, para que seja discutida tanto com o Senado como com a Câmara.

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