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    Montadoras globais pedem que China flexibilize metas para carros elétricos

    DA REUTERS

    14/07/2017 14h53

    Justin Pritchard/Associated Press
    In this March 31, 2016, file photo, Tesla Motors unveils the new lower-priced Model 3 sedan at the Tesla Motors design studio in Hawthorne, Calif. Electric car maker Tesla said on Monday, July 3, 2017, that its Model 3 car will go on sale on Friday. (AP Photo/Justin Pritchard, File) ORG XMIT: BKCD202
    O Tesla Model 3, cuja primeira unidade deve ser entregue neste mês

    Montadoras globais pediram para que a China atrase e suavize as cotas planejadas para vendas de carros elétricos e híbridos, dizendo que será impossível cumprir com suas metas, as quais perturbariam severamente seus negócios.

    A carta, escrita em 18 de junho e endereçada ao chefe do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China, é o esforço mais coeso até o momento do setor contra as ambiciosas metas para os chamados veículos movidos a energia nova, no maior mercado automobilísticos do mundo.

    Ávida para combater a emissão de poluentes, a China está planejando uma série de metas para carros elétricos e híbridos, para que correspondam a pelo menos 20% das vendas de automóveis na China até 2025, com um sistema escalonado de cotas a ser iniciado em 2018.

    As novas e rígidas regras, junto com as duras penalidades planejadas para caso de descumprimento, como o cancelamento da licença para vender carros não elétricos na China, podem causar muitos problemas para algumas montadoras no mercado.

    "A ambiciosa data de cumprimento com as regras propostas é impossível de atingir", disse a carta de órgão do setor automotivo dos Estados Unidos, Europa, Japão e Coreia. "No mínimo, a obrigação precisa ser atrasada por um ano e incluir flexibilidades adicionais."

    O ministério não quis comentar.

    As metas ditam que as empresas vendam veículos elétricos ou híbridos para gerar "créditos" equivalentes a 8% das vendas totais em 2018, 10% em 2019 e 12% em 2020.

    CARROS ELÉTRICOS PELO MUNDO

    Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente francês, Nicolas Hulot, disse que o país quer acabar com as vendas de veículos a gasolina ou diesel até 2040, tornando-se neutro em carbono 10 anos depois.

    Vários países europeus já anunciaram planos de reduzir drasticamente o número de carros a gasolina e diesel nas estradas, dando preferência a híbridos e elétricos.

    Em 2020, a Alemanha quer que um milhão de carros elétricos circulem no país.

    Em 2016, os carros híbridos e elétricos foram responsáveis ​​por 3,6% dos carros novos registados na Europa Ocidental.

    A Nissan espera que carros com emissão zero de poluentes representem até 20% de suas vendas na Europa até 2020, disse na segunda (10) em comunicado o diretor de da divisão de veículos elétricos para Europa da montadora, Gareth Dunsmore.

    "Até 2020, quando as condições de mercado estiverem boas, estou confiante que estaremos vendendo até 20% do nosso volume em veículos de emissão zero, e isso só vai crescer", disse Dunsmore no comunicado.

    A Nissan informou ver com bons olhos o compromisso da França de recompensar aqueles que optam veículos mais sustentáveis.

    No início de julho, a Volvo anunciou que todos os seus modelos terão motores elétricos a partir de 2019, o que a torna a primeira montadora de automóveis convencional a decretar o fim dos veículos movidos apenas por motores de combustão interna.

    A empresa disse que fará da eletrificação a plataforma central de seu negócio.

    De 2019 em diante, ela só fabricará três tipos de carro: 1) puramente elétricos; 2) híbridos recarregáveis por meio de tomadas (plug-in); e 3) os chamados híbridos "leves", que combinarão uma grande bateria a um pequeno motor a gasolina.

    "O anúncio marca o fim dos carros movidos apenas por motores de combustão interna", disse Hakan Samuelsson, presidente-executivo da montadora.

    A agenda da Volvo provavelmente despertará dúvidas sobre a posição da Tesla, a montadora norte-americana de carros elétricos cujo valor em Bolsa disparou em um período no qual não havia concorrência em termos de veículos puramente elétricos.

    A Tesla, que vendeu 76 mil veículos no ano passado, planeja produzir 1 milhão de carros ao ano a partir de 2020, mas seu valor de mercado, US$ 58 bilhões, já é mais alto que o da General Motors, que vendeu 10 milhões de carros no ano passado.

    A Tesla vem conquistando apoio entusiástico dos investidores, que acreditam no futuro de emissão zero de poluentes projetado pelo presidente-executivo da montadora, Elon Musk.

    O primeiro dos importantíssimos Tesla Model 3 —o carro que Musk espera ajude a transformar veículos elétricos de baixo custo em um objeto de desejo para as massas, em lugar de apenas um brinquedo de curto alcance para motoristas preocupados com a ecologia— deve ser entregue ao comprador neste mês, respeitando o cronograma.

    Com "Financial Times"

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