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    JBS fecha acordo com bancos para adiar pagamento de dívidas

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    14/07/2017 20h40

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SAO PAULO/SP-BRASIL,29/08/13 wesley Batista (esq) e Joesley Batista (dir), donos da friboi na cerimonia de entrega do premio as Melhores da Dinheiro 2013 no Credicard Hall.(Foto: Zanone Fraissat /MONICA BERGAMO)
    Os irmãos Wesley Batista, presidente da JBS, e Joesley, que comanda o grupo J&F

    Os irmãos Batista chegaram a um acordo com bancos credores para rolar dívidas da JBS. O acerto também envolve a renovação de empréstimos da holding que reúne os investimentos da família, a J&F.

    No total, a renegociação alcançará cerca de R$ 20 bilhões, segundo um banqueiro que participa diretamente das conversas.

    Os termos do acordo já foram definidos, mas ainda falta a assinatura da Caixa.

    O banco público é um dos maiores credores do grupo de Joesley e Wesley Batista. Parte do que a instituição estatal tem a receber será quitada com o dinheiro da venda do controle da Alpargatas pela J&F –a operação renderá R$ 3,5 bilhões aos Batista.

    Junto com a Caixa na renegociação estão ainda Bradesco, Santander, Banco do Brasil, HSBC, BNP Paribas e Bank of China. No total, o grupo é composto por 14 instituições.

    O Itaú recusou-se a aderir e conduziu tratativas à parte.

    O banco ameaçava executar os empréstimos. Ao final, chegou-se a uma solução intermediária, na qual parte da dívida será quitada pelos Batista e outra parte será renovada, segundo um executivo a par dos termos do acordo.

    O Conselho de Administração da JBS autorizou, no dia 7 de julho, a celebração dos acordos. Segundo ata da reunião, haverá "substituição das operações de dívida" ou "prorrogação das parcelas de principal".

    AVANÇO

    Em crise desde que firmou acordo de delação premiada, o conglomerado dos Batista deu passos importantes no plano de reestruturação de seus negócios.

    A venda do controle da fabricante de calçados Alpargatas, dona da marca Havaianas, anunciado na quarta (12), ajudará a reduzir o endividamento. Os R$ 3,5 bilhões serão pagos à vista.

    O negócio foi arrematado por um grupo de investidores formado pela Itaúsa, das famílias Setúbal e Villela, e Brasil Warrant e Cambuhy, ambas dos Moreira Salles, outra família sócia do Itaú.

    Também na quarta (12), a JBS conseguiu desbloquear a venda de ativos, que havia sido decretada em junho pelo juiz federal Ricardo Leite, do Distrito Federal.

    Uma liminar do desembargador Olindo Menezes anulou a decisão de impedir a venda.

    Com isso, a empresa ficou autorizada a concretizar o negócio com o frigorífico Minerva, que prevê a transferência de operações da JBS na Argentina, no Uruguai e no Paraguai por US$ 300 milhões.

    A companhia de alimentos anunciou nesta sexta (14) a venda de uma fazenda no Canadá por US$ 40 milhões.

    SALDÃO

    O conglomerado dos Batista e a companhia de alimentos JBS, por eles controlada, têm dívida bilionária e vivem uma aguda crise de reputação desde que Joesley e Wesley firmaram acordo de delação, no qual confessaram uma série de crimes.

    Na tentativa de contornar a crise, os Batista iniciaram um programa de venda de empresas para levantar pelo menos R$ 15 bilhões nos próximos meses.

    A J&F precisa se desfazer dos ativos para reduzir sua dívida e para arcar com as parcelas das multa de R$ 10,3 bilhões prevista no acordo de leniência fechado com as autoridades.

    A fabricante de lácteos Vigor e a de celulose Eldorado também estão sendo negociadas.

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