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    Netflix bate 100 milhões de assinantes com adesão fora dos EUA em alta

    TIM BRADSHAW
    DO "FINANCIAL TIMES", EM SAN FRANCISCO

    18/07/2017 11h51

    Mike Blake/Reuters
    FILE PHOTO: The Netflix logo is shown in this illustration photograph in Encinitas, California, U.S., on October 14, 2014. REUTERS/Mike Blake/File Photo ORG XMIT: HFS-LUC04
    Logo da Netflix

    A Netflix atingiu duas marcas históricas no trimestre encerrado em junho: superou a marca de 100 milhões de assinantes e a maioria passou a vir de fora dos Estados Unidos, seu mercado de origem.

    O crescimento da audiência tanto no mercado americano quanto no exterior superou as projeções dos analistas, com o avanço dos serviços de streaming de TV na Europa. A Netflix registrou alta de 1,07 milhão de assinantes nos EUA e de 4,14 milhões no mercado externo.

    Os dados agradaram ao investidor e contribuíram para uma alta de 13,54% nas ações da empresa nesta terça (18).

    As temporadas mais recentes das séries "House of Cards" e "Orange is the New Black", acompanhadas pelo novo sucesso "13 Reasons Why", que aborda o suicídio de uma adolescente, conduziram a base de assinantes da Netflix de 83 milhões no ano passado para 104 milhões no segundo trimestre fiscal da companhia —aumento de 5,2 milhões, 2 milhões acima do total previsto pela Netflix três meses atrás e número maior que as projeções dos analistas.

    Do total de assinantes, 51,9 milhões vêm dos EUA e 52 milhões são de fora do país de origem do serviço.

    Outro indicador inédito foi o anúncio de que as operações internacionais sairiam do vermelho neste ano.

    "No segundo trimestre, subestimamos a popularidade de nossa forte seleção de conteúdo, o que levou à aquisição [de assinantes] superior à esperada em todos os grandes territórios", afirmou a Netflix em sua mais recente carta aos acionistas.

    A receita geral do grupo, fundado em 1997 como videolocadora por correio e que em 2007 passou a oferecer o serviço de streaming, cresceu 32%, para US$ 2,79 bilhões, um pouco acima da projeção média de US$ 2,76 bilhões dos analistas de Wall Street, e o lucro líquido aumentou 60%, para US$ 66 milhões.

    REGULAÇÃO

    Em meio à rápida expansão do serviço de streaming na Europa, Reed Hastings, cofundador e presidente-executivo da Netflix, insiste em que sua empresa escapará ao tipo de censura regulatória que vem atingindo outras empresas do Vale do Silício, como o Google e o Facebook, na região.

    Pelo fato de estar realizando "grandes investimentos" em conteúdo local e estúdios de produção na França, na Alemanha e na Espanha, Hastings disse esperar que a Netflix visse "uma dinâmica realmente diferente", ainda que as autoridades regulatórias estejam preocupadas com a crescente influência das empresas de tecnologia dos EUA na Europa.

    A empresa prevê manter a aceleração no terceiro trimestre. Também projetou um ganho líquido de 4,4 milhões de assinantes, com receita de US$ 2,96 bilhão e lucro líquido de US$ 143 milhões -números superiores às atuais projeções de Wall Street.

    Depois do sucesso de séries como "Stranger Things" e "Master of None", a programação original da Netflix foi indicada a 91 Emmy na semana passada. Mas todo esse conteúdo custa caro.

    A Netflix anunciou que projeta desembolsos de até US$ 2,5 bilhões neste ano e que vai continuar captando dinheiro no mercado para financiar a produção de filmes e séries —no Brasil, por exemplo, foi feito "3%". Em 2018, deve estrear série com Selton Melo inspirada na Lava Jato.

    Como resultado da popularidade de seus "originais exclusivos" —conteúdo produzido pela companhia e não adquirido de um estúdio externo—, a Netflix anunciou que a expectativa é de que seu "fluxo de caixa continue negativo por muitos anos".

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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