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    Dólar cai pelo 4º dia com entrada de recursos por Carrefour; Bolsa recua

    DE SÃO PAULO

    19/07/2017 18h08

    O dólar encerrou o dia cotado a R$ 3,15, no quarto pregão de queda, influenciado pela entrada de recursos de investidores estrangeiros que vão participar da oferta inicial de ações do Carrefour Brasil, nesta quinta-feira (20). No mercado acionário, a Bolsa caiu sob o peso do setor financeiro.

    O dólar comercial teve desvalorização de 0,25%, para R$ 3,150. O dólar à vista, que fecha mais cedo, recuou 0,14%, para R$ 3,153.

    O enfraquecimento do dólar ante o real ocorreu em um contexto de calmaria no cenário político com o recesso parlamentar. Sem novidades que possam provocar instabilidade na cotação da moeda americana, o ingresso de recursos de estrangeiros que vão participar do IPO do Carrefour contribuiu para a queda do dólar nesta sessão.

    A oferta de ações da rede varejista movimentou R$ 5,125 bilhões, no maior IPO desde abril de 2013, estreia na Bolsa da BB Seguridade, braço de seguros e previdência do Banco do Brasil que totalizou R$ 11,5 bilhões.

    "O dólar tem surpreendido pela queda, que tem relação com a entrada de capital estrangeiro pelo IPO do Carrefour. É um dinheiro que tem que ser pago na hora, o que gera uma entrada natural de recursos. Esse é o principal fator responsável pelo movimento de curto prazo", afirma Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

    Por outro lado, o Banco Central continua oferecendo liquidez às empresas e investidores que querem proteger seus recursos de uma oscilação cambial forte. Essa atuação contribui para uma depreciação da moeda americana, avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    "A gente não sabe se é uma proposta do BC no sentido de facilitar o combate à inflação e a queda de juros. Há apostas de um corte de 1 ponto percentual na reunião [do Copom] da semana que vem. Então não tem ninguém tentando segurar a taxa, porque sabe que a liquidez é farta e a crise política deu uma trégua."

    Nesta quarta, o Banco Central vendeu 8.300 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) que vencem em agosto. Até agora, já rolou US$ 3,320 bilhões dos US$ 6,181 bilhões que vencem no próximo mês.

    No exterior, o panorama é incerto em relação a um novo aumento dos juros nos Estados Unidos neste ano. Dados econômicos recentes mais fracos reforçaram as expectativas de que o banco central americano não deve elevar as taxas, pelo menos até a reunião de dezembro.

    "A preocupação do Fed é se o remédio não foi forte demais para a economia. Lá, a economia continua crescendo em ritmo modesto a moderado. Se os juros aumentam, o crédito fica mais escasso. Os americanos já estão escolados em relação a isso, então não contratam e não investem", diz Galhardo.

    O dólar ganhou força ante 16 das 31 principais moedas mundiais nesta quarta-feira.

    BOLSA

    O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, fechou em baixa de 0,24%, para 65.179 pontos.

    O volume financeiro negociado foi de R$ 6,18 bilhões, enquanto a média diária do ano é de R$ 8,1 bilhões. O giro menor tem contribuído para pregões com menos volatilidade no mercado brasileiro, avalia Figueredo, da Clear Corretora.

    Boa parte dos investidores americanos segue em período de férias, o que reduz as negociações em vários mercados do mundo, incluindo o brasileiro.

    "Fica mais evidente quão dependente nós somos do fluxo de capital estrangeiro. Cada vez mais reforça em mim a ideia de que ficamos muito dependente de exterior", diz o analista. "Não deixa de haver negócios, mas os movimentos ficam menos violentos e a volatilidade diminui um pouco."

    O índice recuou sob peso do setor financeiro. As ações do Itaú Unibanco, a de maior peso individual no Ibovespa, caíram 1,45%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram queda de 1,24%, e as ordinárias recuaram 1,29%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil se desvalorizaram 3,38%. No sentido contrário, as ações do Banco do Brasil subiram 0,34%.

    As ações da Petrobras foram impulsionadas pela valorização de mais de 1% dos preços do petróleo no exterior após a queda dos estoques nos EUA. Os papéis mais negociados da Petrobras subiram 2,24%, para R$ 13,23. As ações que dão direito a voto ganharam 1,76%, para R$ 13,84.

    Os papéis da mineradora Vale fecharam levemente em alta. As ações mais negociadas subiram 0,14%, para R$ 28,01. As ações ordinárias fecharam estáveis a R$ 29,90.

    Folhainvest

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