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    Alta no imposto de combustível deve ter impacto de até 0,6 ponto no IPCA

    FLAVIA LIMA
    DE SÃO PAULO

    20/07/2017 21h54

    Edson Silva - 25.abr.11/Folhapress
    RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL, 25-04-2011: Caminhão abastece posto com gasolina na avenida Francisco Junqueira, em Ribeirão Preto (SP). Distribuição de combustíveis no país é dominada por BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen (Cosan/Shell). (Foto: Edson Silva/Folhapress, 1005)
    Caminhão abastece posto com gasolina em Ribeirão Preto (SP)

    A elevação das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis deve adicionar entre 0,5 ponto e 0,6 ponto percentual à inflação de 2017, de acordo com economistas.

    A gasolina responderá por quase a totalidade dessa alta, em especial pelo seu peso no IPCA.

    Tendo como ponto de partida a mediana das projeções para a inflação reunidas Boletim Focus, do Banco Central, em 3,29%, é possível dizer que os preços fecharão 2017 próximos de 4%.

    Dessa forma, a alta dos tributos neste ano afasta a hipótese de a inflação encerrar 2017 abaixo do piso fixado para a meta, de 3%, como já sinalizavam algumas previsões.

    Além disso, evita pressão adicional sobre os preços no próximo ano, pois a medida, dizem economistas, teria de ser inevitavelmente adotada.

    O movimento já era esperado pelo mercado, mas não na intensidade anunciada. O que ilustra, dizem economistas, o quanto o governo precisa reanimar a arrecadação e fechar suas contas.

    O anúncio de alta dos tributos foi feito no dia em que a prévia da inflação de julho caiu para 2,8% em 12 meses, abaixo do piso da meta.

    Economistas dizem, porém, que os efeitos da alta dos tributos são mais amplos. O diesel mais caro, por exemplo, pode elevar o custo do frete e do transporte público.

    Flavia Serrano, do Haitong, espera impacto conjunto da elevação de tributos sobre gasolina, diesel e etanol de 0,50 ponto sobre a inflação.

    A inflação esperada para o ano (+3,6%) já incorporava certo aumento dos tributos. Mas, como a alta veio mais forte do que o esperado, os preços devem subir 3,8% no ano.

    Márcio Milan, da Tendências, estima efeito de 0,63 ponto sobre os preços, o que também levará a um IPCA de 3,8%.

    Para Leonardo Costa, da Rosenberg, o impacto será de 0,5 ponto. Com isso, a projeção para o IPCA do ano muda de alta de 3% para 3,5%.

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