• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 18:37:09 -03

    Receita com assinatura digital do 'NYT' supera a com publicidade impressa

    DO "NEW YORK TIMES"

    27/07/2017 19h31

    Spencer Platt/AFP
    NEW YORK, NY - JULY 27: The New York Times building stands in Manhattan on July 27, 2017 in New York City. The New York Times Company shares have surged to a nine-year high after posting strong earnings on Thursday. Partly due to new digital subscriptions following the election of Donald Trump as president, the company reported a profit of $27.7 million in the second quarter, up from $9.1 million in the same period last year. Spencer Platt/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
    Ciclista à frente da sede do" New York Times", em Manhattan

    A receita com assinaturas digitais do "New York Times" atingiu US$ 83 milhões no segundo trimestre e superou pela primeira vez o faturamento com publicidade em mídia impressa (US$ 77 milhões), anunciou nesta quinta-feira (27) a empresa que edita o jornal americano.

    O crescimento do digital levou a New York Times Co. a um de seus mais fortes trimestres nos últimos anos, com a alta da receita de publicidade digital e de assinaturas on-line compensando a queda na publicidade no impresso.

    A receita de publicidade digital subiu 23% no segundo trimestre, para US$ 55 milhões. Isso representa quase 42% da receita publicitária total, ante 34% no mesmo período um ano atrás.

    Se incluídas as assinaturas de seu serviço on-line de palavras cruzadas, a New York Times Co. conta hoje com mais de 2,3 milhões de pagantes digitais.

    A receita total com assinaturas cresceu 14%, para US$ 250 milhões.

    A publicidade em mídia impressa continua a ser um desafio. A receita nessa área caiu 11% no trimestre. Mas a receita publicitária total da companhia, com a ajuda do forte crescimento da área digital, contrariou a tendência do setor e cresceu ligeiramente, para US$ 132 milhões, ante US$ 131 milhões no mesmo período em 2016.

    A empresa registrou US$ 407 milhões em receita no trimestre, 9% acima do total do período em 2016.

    "Acreditamos que a demanda por jornalismo de qualidade, com profundidade, esteja crescendo, não só nos EUA mas em todo o mundo", disse Mark Thompson, presidente-executivo da New York Times Co.

    "Cremos que mais e mais pessoas estejam se dispondo a pagar por acesso a esse tipo de jornalismo. Essa é a nossa estratégia."

    Ele acrescentou que o "New York Times" estava a caminho de atingir sua meta de 100% de aumento em sua receita digital, para US$ 800 milhões em 2020, ante US$ 400 milhões em 2014.

    REESTRUTURAÇÃO

    Os resultados financeiros positivos foram anunciados em um período de mudanças fundamentais e de profunda ansiedade na Redação, em meio à reestruturação das operações noticiosas da companhia.

    Dentro de algumas semanas, o jornal eliminará seu departamento de copidesque e enxugará os quadros editoriais, uma decisão que provocou forte reação dos funcionários.

    Editores e repórteres enviaram mensagens raivosas aos líderes da Redação, e centenas de funcionários do jornal fizeram um protesto diante de sua sede em Manhattan.

    Uma rodada recente de acordos para demissão voluntária resultou na saída de dezenas de funcionários, e novos empregados, com capacitações diferentes, foram contratados, o que muda as características da Redação.

    Além disso, muitos jornalistas estão se preparando para uma transferência a novos espaços, em meio a um projeto de reforma física muitas vezes incômodo, porque o jornal vai reduzir o espaço que ocupa e alugar andares ociosos a terceiros.

    A New York Times Co. constituiu uma provisão de US$ 119 milhões para custos de demissão no trimestre, em razão da redução do quadro da redação.

    Thompson disse que a companhia continuaria a "buscar cortes de custos", mas acrescentou que ela mantinha o compromisso de investir em jornalismo. Ele disse antecipar que a redação e os departamentos editoriais venham a manter quadros "comparáveis com os atuais".

    Os resultados da empresa no segundo trimestre oferecem um contraponto otimista para a incerteza na Redação.

    O lucro operacional cresceu para US$ 28 milhões, ante US$ 9 milhões no período em 2016. O lucro operacional ajustado cresceu para US$ 67 milhões, ante US$ 55 milhões. A receita líquida foi de US$ 16 milhões, ante perdas líquidas de US$ 500 mil no período em 2016.

    Segundo Thompson, as assinaturas internacionais cresceram em 80% ante o mesmo período em 2016. A companhia agora conta com assinantes em 195 países.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024