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    Governo permite parcelamento de dívidas e reduz alíquota do Funrural

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    01/08/2017 11h39 - Atualizado às 21h42

    Mauricio Lima/AFP
    ORG XMIT: 510901_1.tif Trabalhador rural seleciona grãos de café, em fazenda cafeeira de Varginha (MG). ACOMPANA NOTA: "275 ANOS DE LA LLEGADA DEL CAFE A BRASIL, EL GRAN MOTOR DE SU DESARROLLO" Trabajadores rurales selecionan con sus cribas granos de café del tipo arébico, el 23 de setiembre de 2003, en una hacienda cafetalera exportadora cerca de la ciudad de Varginha, sur del Estado de Minas Gerais, Brasil. El café, llegado hace 275 años a Brasil, transformo a este pais en el mayor productor y exportador de café del mundo (32% del mercado internacional) y con la perspectiva de sacar su mayor zafra histúrica en 2004. El café fue ápice del poder economico, polótico y hasta del desarrollo cultural de Brasil. Trajo a los cerca de 4 millones de inmigrantes, europeos (principalmente italianos) y japoneses, que llegaron a las haciendas cafetaleras para suplir la mano de obra de la esclavitud, abolida en 1888. AFP PHOTO/Mauricio LIMA
    Trabalhador em colheira de café em Minas Gerais

    Às vésperas da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no Congresso, o governo editou uma medida provisória reduzindo a alíquota da contribuição do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) e permitindo parcelamento de dívidas em até 180 vezes com redução de multas e juros.

    No final de março, uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou constitucional a cobrança da contribuição do produtor pessoa física à seguridade social por meio do Funrural. A estimativa é que haja um passivo entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões não pagos pelo setor.

    A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) vinha pressionando pelo parcelamento desse montante e pela redução da alíquota.

    Mais de 200 parlamentares fazem parte da bancada da frente. A oposição precisa do apoio de 342 dos 513 deputados para que a denúncia contra Temer siga para o STF.

    Em maio, o líder da bancada ruralista, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou que, se o governo atendesse às demandas do setor, definindo uma alíquota mais baixa, os parlamentares da frente se sentiriam mais inclinados a votar a favor da reforma da Previdência –o projeto precisa do aval de ao menos 308 parlamentares.

    De acordo com a medida provisória, os produtores ou compradores de produção rural deverão pagar no mínimo 4% da dívida em até quatro parcelas a serem quitadas entre setembro e dezembro de 2017, sem qualquer desconto.

    A partir de janeiro de 2018, os produtores poderão parcelar o restante em até 176 vezes, com descontos de 25% nas multas e 100% nos juros.

    Além disso, a alíquota-base do Funrural foi reduzida para 1,2% da receita bruta que vem da comercialização da produção a partir de janeiro do ano que vem. O percentual atual é de 2%.

    Com isso, a alíquota total, que inclui outras contribuições, passará a ser de 1,5%. A anterior era de 2,3%.

    A medida vale para dívidas vencidas até 30 de abril deste ano, e o prazo final para adesão é 29 de setembro.

    DECISÃO DO SUPREMO

    Os ministros do STF discutiam um recurso que questionava se é constitucional a União cobrar do trabalhador rural um imposto destinado para o fundo.

    O tributo incide sobre a receita bruta da comercialização da produção e auxilia a pagar as aposentadorias dos trabalhadores rurais.

    A decisão teve efeito de repercussão geral. Mais de 15 mil processos estavam suspensos na instância de origem para esperar o desfecho do julgamento no Supremo Tribunal Federal.

    Um dos argumentos de ministros do STF que votaram pela constitucionalidade da cobrança foi o impacto econômico nas contas do governo em caso de derrota.

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