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    OGX, petroleira criada por Eike Batista, completa recuperação judicial

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    02/08/2017 19h31

    A Justiça do Rio encerrou nesta quarta-feira (2) o processo de recuperação judicial de OGX, petroleira criada há dez anos por Eike Batista e que era o carro-chefe de seu império empresarial.

    A empresa entrou no processo de recuperação judicial em 2013, depois que houve frustração na busca por reservas de petróleo no país.

    Quando o mercado financeiro percebeu que a equipe de exploração não estava atingindo os resultados prometidos, houve quebra de confiança que resultou na debandada das ações da empresa e gerou efeito em cadeia em outras companhias do chamado "grupo x".

    A 4ª Vara Empresarial do Rio considerou que foram cumpridas todas as exigências previstas no processo de recuperação. A OGX está autorizada a retirar de seu nome empresarial o termo "em recuperação judicial", obrigatório em situações como essa.

    Quando entrou em recuperação, a OGX e suas subsidiárias tinham dívidas de R$ 13,8 bilhões, além de contratos para a construção de plataformas de produção, que nunca chegaram a ser usadas. A derrocada afundou também a OSX, empresa de construção de plataformas do grupo.

    A recuperação judicial é um mecanismo para quitar débitos de credores e evitar a falência e o consequente calote pela empresa em dificuldade.

    Durante o inferno astral de Eike no mercado financeiro, as ações da OGX chegaram a valer R$ 0,10. No início de junho, quando o grupo anunciou a conclusão do processo de recuperação, as ações subiram 34,7% em um dia, passando a valer R$ 1,32.

    Nesta quarta, exatos dois meses após a conclusão do processo, no dia em que a Justiça decidiu por encerra o caso, as ações voltaram a subir. Houve alta de 8,52%, a R$ 4,46.

    Quando lançou a petroleira no mercado, o empresário dizia que seria uma "nova Petrobras". Em 2008, pagou R$ 1,4 bilhão para comprar 21 áreas de exploração de petróleo em leilões de concessão do governo.

    Atualmente, a OGX produz em um campo, de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, onde extrai 8 mil barris de petróleo por dia. No primeiro trimestre de 207, a OGX registrou prejuízo de R$ 55 milhões. Eike mantém fatia minoritária na OGX, por meio da OGPar (Óleo e Gás Participações).

    Eike é investigado por suspeita de participação em esquema de corrupção que seria comandado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Ele chegou a ser preso em janeiro e teve o cabelo raspado.

    Ele é acusado de pagar propina ao grupo de Cabral. Ambos negam as acusações. Atualmente, o empresário cumpre prisão domiciliar em uma casa de luxo no Jardim Botânico, na zona sul do Rio.

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