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    Previdência

    Temer tenta apaziguar relação com Maia para retomar reforma da Previdência

    DANIEL CARVALHO
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    06/08/2017 16h49

    Após as críticas e recados de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao governo, o presidente da República, Michel Temer, chamou o presidente da Câmara ao Palácio do Planalto neste domingo (6) para uma reunião.

    Em entrevista à Folha publicada domingo, Maia disse que, se quisesse, poderia ter atrapalhado Temer na votação da denúncia de corrupção passiva, na quarta-feira passada (2). Maia também criticou aliados do presidente e disse que sua relação com o Planalto tem nota nove porque "óbvio que não tem relação perfeita".

    Ao contrário do que ocorreu nos finais de semana, o encontro deste domingo foi divulgado como agenda oficial e aconteceu no Palácio do Planalto, e não no Jaburu ou Alvorada, onde ele normalmente recebe os convidados.

    "Foi uma reunião para mostrar o entrosamento entre Executivo e Congresso e destacar o compromisso de prosseguir com a modernização do país", disse o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), que participou do encontro ao lado também dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e do residente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

    Após se livrar na Câmara da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Temer quer retomar as negociações sobre a reforma da Previdência.

    Segundo a Folha apurou com outros participantes da reunião, Temer pediu que se estabeleça uma estratégia para alcançar os 308 votos necessários para aprovar a reforma. Na votação da denúncia, Temer teve 263 votos a favor dele.

    A ideia do governo é votar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara até o início de setembro.

    Tanto Temer como Maia já admitem que o texto deve sofrer alterações e ser enxugado, já que há resistência na base aliada por causa da proximidades das eleições de 2018.

    Na reunião, também se discutiu a polêmica envolvendo a proposta do novo Refis, parcelamento de dívidas com o Fisco.

    O governo quer tentar um acordo para tentar manter a previsão inicial de arrecadação de mais de R$ 13 bilhões com o programa para conseguir fechar as contas do ano.

    As mudanças propostas na Câmara, no entanto, se aprovadas, reduzem significativamente esta arrecadação.

    O ministro Henrique Meirelles colocou no encontro que o Refis é condição básica para não ter que rever tão significativamente a meta fiscal.

    Na reunião, Temer também pediu a Maia para gravar um vídeo sobre a operação federal de segurança no Rio de Janeiro, agora com foco no social.

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